sábado, 29 de outubro de 2022

Agora a decisão é dos eleitores e eleitoras nas urnas eletrônicas do segundo turno

 



Resultado deste domingo envolve o destino da democracia

Pedro do Coutto

Superado o debate da noite de ontem na TV Globo, cujo resultado não posso avaliar pois escrevo esse artigo na manhã de sexta-feira, uma certeza se impõe: o futuro da democracia está em jogo e depende exclusivamente do voto da maioria dos eleitores e eleitoras do país.

A pesquisa do Datafolha divulgada pela GloboNews no final da tarde de quinta-feira apontou 49% para Lula da Silva contra 45% de Jair Bolsonaro. A margem entre um e outro vem ocorrendo de levantamento em levantamento, inclusive no maior de todos, que foi o desfecho no primeiro turno.

VAZAMENTO – A pesquisa do Datafolha não parece ter refletido o episódio Roberto Jefferson, mas de acordo com matéria da Folha de S. Paulo de ontem, o vazamento do projeto do ministro Paulo Guedes de alterar o sistema de reajuste do salário mínimo preocupou acentuadamente a direção da campanha bolsonarista pelo impacto de sua abrangência.

Inclusive, como escrevi na edição de ontem neste site, o reflexo atinge todos os aposentados e pensionistas do INSS (32 milhões de homens e mulheres), uma vez que a correção anual de seus vencimentos está condicionada às modificações anuais do salário mínimo.

TETO – O teto das aposentadorias e pensões do INSS é de cinco salários mínimos, independentemente dos salários dos segurados no momento em que se aposentaram. Assim, em um exemplo concreto, se alguém recebe dez salários mínimos, sua aposentadoria fica contida no teto de cinco pisos salariais, acarretando uma diferença entre o que recolheu para a Previdência Social e o que tem a receber.

Se o tema, como se espera, tiver entrado no debate da noite passada, irá causar algum reflexo nas horas finais que separam a saída de casa de eleitores e eleitoras até as teclas das urnas eletrônicas. Enfim, estamos no caminho das urnas. Colocamos o nosso voto na manhã e na tarde deste domingo e esperamos os resultados que envolvem o destino da democracia e do país no anoitecer mais esperado nas últimas décadas

PAULO GUEDES –  O ministro Paulo Guedes, na verdade, traz consigo em várias ocasiões um comportamento desastroso, especialmente no que se refere ao reflexo junto à opinião pública de suas afirmações.

Não ilude a população, mas iludiu um governo do qual faz parte. Seu objetivo fixo é reduzir salários, congelando-os ou reajustando-os abaixo da inflação do IBGE. É alguém surpreendente, como Rafael Balago assinala na edição desta sexta-feira na Folha de S. Paulo.

Numa reunião na Associação Comercial de S. Paulo, na quinta-feira, por exemplo, disse “se eu fosse o Bolsonaro, teria dito o que Lula fizer, faço mais; pois nós roubamos menos”. Sentindo o tremendo erro, emendou “nós não roubamos, quem rouba não consegue pagar muito”. A frase retificada fica no anedotário político e nos erros que os seus autores deixam escapar sem refletir no que colocam.

RELAÇÃO COM PUTIN –  Numa entrevista ao jornalista Igor Gielow, Folha de S. Paulo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na cidade de Rogozinino, que em relação às eleições brasileiras de domingo, ele tem boas relações tanto com Lula da Silva, quanto com Jair Bolsonaro, e que a tendência natural é que a relação entre os dois países continue dentro da normalidade.

“[O Brasil] É nosso parceiro mais importante na região e assim continuará. Faremos tudo para que essas relações se desenvolvam mais”, afirmou. Putin participava de uma reunião com jornalistas internacionais quando foi entrevistado por Igor Gielow. O presidente da Rússia lembrou também a solidariedade que recebeu de Bolsonaro em fevereiro deste ano, poucos dias antes da invasão da Ucrânia.

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