Itabuna
vai sediar a mais nova unidade regional do Comitê Interinstitucional de
Recuperação de Ativos (Cira), responsável pela recuperação de R$ 98,5
milhões de 2020 até maio deste ano. Considerado referência no país, o
Cira reúne o Ministério Público do Estado (MPBA), o Tribunal de Justiça
do Estado (TJ-BA), as secretarias estaduais da Fazenda, da Segurança
Pública e da Administração e a Procuradoria Geral do Estado (PGE). A
unidade será inaugurada na próxima quarta-feira (8), às 10 horas, no
prédio da Inspetoria Fazendária da Costa do Cacau (Avenida José Soares
Pinheiro, 1050, Centro). Participam do ato os desembargadores do TJBA
Lidivaldo Britto, Geder Gomes e Maria de Lourdes Medauar, a
Procuradora-Geral de Justiça Adjunta, Wanda Valbiraci Caldas Figueiredo,
o secretário da Fazenda do Estado e presidente do Cira, Manoel Vitório,
o secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino, o
procurador-geral do Estado, Paulo Moreno, e o promotor de Justiça Luís
Alberto Vasconcelos Pereira, secretário-geral do Cira.
Em linha com o trabalho desenvolvido pela sede em Salvador e pelas
unidades já instaladas em Feira de Santana, Vitória da Conquista e
Barreiras, o novo escritório do Cira, que atuará com foco nas regiões
Sul e Extremo Sul do Estado, vai intensificar o processo de
interiorização do Comitê, que tem como alvos os débitos que representam
crimes contra a ordem tributária. O Cira da Bahia foi o segundo a ser
criado no país e tornou-se referência para outros estados em função dos
resultados alcançados. Além do reforço no caixa com o ingresso de ativos
recuperados, explica o secretário da Fazenda do Estado, Manoel Vitório,
que preside o Cira, “o trabalho de combate à sonegação tem contribuído
para amplificar a percepção de risco subjetivo entre os maus
contribuintes, o que promove a concorrência leal entre as empresas e um
ambiente de negócios mais saudável”.
Atuação estratégica
Com
a chegada do Comitê a um dos mais importantes pólos econômicos do
Estado, “o objetivo é manter a intensidade do trabalho de combate à
sonegação”, afirma o promotor de Justiça Luís Alberto Vasconcelos
Pereira, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública
e Defesa Social (Ceosp) e representante do MPBA no Cira, na condição de
secretário-geral do colegiado. De acordo com o promotor, “em razão do
seu perfil interinstitucional, o Comitê permite aos órgãos integrantes
atuar de forma sistêmica e estratégica, o que vem amplificando os
resultados alcançados”. Os alvos da nova unidade, assim como dos demais
escritórios do Cira, são os crimes de sonegação praticados por
contribuintes, com destaque para aqueles com histórico de não
cumprimento de dívidas com o Estado. As estratégias para a recuperação
do crédito sonegado envolvem a realização de operações especiais e de
oitivas com contribuintes, e ainda o ajuizamento de ações penais. Cabe
ao MPBA avaliar denúncias de infrações caracterizadas como crimes contra
a ordem tributária, produzidas pelo fisco e decidir pelo aprofundamento
das investigações com apoio da Polícia Civil. Após instauração do
Procedimento Investigatório Criminal, os investigados podem ser
convocados para oitivas conduzidas pelo MPBA nas sedes do Cira na
capital e no interior. Com base no resultado das investigações
realizadas em conjunto pelo MPBA e pela Polícia Civil, o Judiciário pode
ser acionado para avaliar a autorização para o cumprimento de medidas
cautelares como mandados de prisão e de busca e apreensão. Os órgãos
diretamente envolvidos nas atividades da força-tarefa do Cira são a
Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip), da Sefaz-Ba, a
Delegacia de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública
(Dececap), vinculada à Polícia Civil, o Grupo de Atuação Especial de
Combate à Sonegação Fiscal e Crimes contra a Ordem Tributária (Gaesf),
do Ministério Público, e o Núcleo de Ações Fiscais Estratégicas (Nafe),
da Procuradoria Geral do Estado.
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