terça-feira, 28 de junho de 2022

Sófocles, Maquiavel, Freud e outros para pensar política e o Brasil

 


Editora Estação Liberdade e Edições Sesc São Paulo publicam em coedição Maquiavel, a democracia e o Brasil, de Renato Janine Ribeiro

Maquiavel, a democracia e o Brasil apresenta, a partir de referências históricas e atuais, da ciência política e das artes trágicas, um panorama sobre como pensar a ação política. Utilizando-se, especificamente, dos conceitos de Maquiavel, fortuna e virtude (virtù), Renato Janine Ribeiro analisa alguns fatos ocorridos nos principados italianos, a começar pela Florença de Maquiavel, e nas incipientes monarquias europeias para, posteriormente, se debruçar sobre a dinâmica de poder com os representantes do Executivo na Nova República brasileira (de 1985, com Sarney, até o governo Bolsonaro). Ora estará em cena a fortuna, ora a virtù, e será um jogo interessante vermos quais presidentes ascenderam e se mantiveram no poder pela primeira ou pela segunda.

Em todos os casos apresentados, há uma base comum que os assemelha: a legitimidade. Independente do regime, todo líder necessita dela, mas como mantê-la em uma democracia, onde há a alternância dos líderes em um curto período de tempo, é um problema cada vez mais complexo. Dessa forma, o professor de filosofia política e autor de ampla obra mostra ao leitor a enorme contribuição dada pelo florentino e como ela permanece relevante para refletirmos sobre a idiossincrática atualidade de nossa nação.

Escreve o editor, na orelha do livro: “confluem aqui Maquiavel e o Brasil de hoje para celebrar algo como o antípoda da ética pública, no que não deixa de constituir um sólido alerta sobre os descaminhos dessa nação. Central a análise que o antigo ministro da Educação, sacrificado ele mesmo no altar da realpolitik, nos oferece ao discorrer sobre quais dos presidentes pós-redemocratização ascenderam graças a méritos próprios, a virtù, ou por meio dos acasos e idiossincrasias de nossa vida pública, portanto da fortuna (com aspas ou sem). Parafraseando o autor, quem por ventura quiser exercer poder e governo, que leia, releia e, quem sabe, decore Maquiavel, nunca será demais.”

No dia 9 de julho às 17h, no Salão de Ideias da 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, Renato Janine Ribeiro estará na mesa “A relevância da política nas sociedades do século XXI”, realizada pelo Sesc SP, com participação do historiador e político português Rui Tavares, autor do livro Esquerda e direita: guia histórico para o século XXI e do podcast Agora, agora e mais agora, e mediação de Antonio Martins, editor-chefe do site Outras Palavras.

Título: Maquiavel, a democracia e o Brasil

Autor: Renato Janine Ribeiro

ISBN Estação Liberdade: 978-65-86068-55-9

ISBN Edições SESC SP: 978-65-86111-93-4

Formato: 14 x 21 cm / 160 páginas

Lançamento: 08/07/2022

Preço: R$52,00 

O AUTOR

Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo (USP), na qual se doutorou após defender mestrado na Universidade de Paris I (Pantheon‑Sorbonne), França. Tem-se dedicado à análise de temas como o caráter teatral da representação política, a ideia de revolução, a democracia, a república e a cultura política brasileira. Foi ministro da Educação no governo Dilma Rousseff e, em 2021, eleito presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Entre suas obras destacam‑se A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil (2000, Prêmio Jabuti de 2001) e A boa política: ensaios sobre a democracia na era da internet (2017), ambas pela Companhia das Letras, além de A pátria educadora em colapso (Três Estrelas, 2018). Pela Estação Liberdade, no fim de 2021, publicou Duas ideias filosóficas e a pandemia.

TRECHOS

“Se o principado novo de Maquiavel anseia apagar sua novidade, equiparando-se aos antigos, o governo democrático não tem como fazer isso. Sim, o governante democrático pode muito bem querer essa continuidade, mas só há democracia se não houver garantia de sequência: se prevalecer o risco de que, a qualquer tempo, o poder mude de mãos.” [p. 34, grifo do autor]

“A ênfase nas instituições lida com o governante perverso ou ineficaz, os dois sentidos que a palavra mau tem em português e em muitas outras línguas. A instituição domestica seus excessos e reduz o alcance da novidade, inserindo-a numa sequência de ações que constroem a vida social dentro de uma certa moderação. Já o acento na ação ressalta a ruptura. O bom governante, desse ponto de vista, é o que engendra mudanças. Num caso, as mudanças são limitadas; no outro, enfatizadas. A combinação das duas vertentes permite, de forma obviamente tensa, associar ruptura e continuidade. [pp. 56-57]

“Clamam por quem os tutele. Elegem um tutor e, quando dá errado, pedem socorro a outro, geralmente pior. Há um círculo vicioso da autoinfantilização, da desresponsabilização de si. É como se os cidadãos se dissessem inimputáveis. [p. 64]

“Um teve a virtù do aventureiro (aqui, sem nenhum sentido pejorativo), outro, a do guerreiro. Collor nada seria não fosse aquele instante em que se mostrou o homem certo no lugar certo — e que ele soube perceber e agarrar. Lula, ao contrário, moldou, ele próprio, o tempo.” [p. 117]

“As instituições são boas para jogar na retranca. Elas evitam pênaltis e goleadas. Mas são péssimas quando o momento exige avançar. São ruins para o ataque. [...] Nossas instituições têm sido fracas para proteger as conquistas constitucionais, e instituições, em geral, não são adequadas para promover saltos estruturais, como a superação de agravos seculares.” [p. 153]

 

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