sábado, 28 de maio de 2022

“Vírus do beijo” pode aumentar em 32 vezes o risco de esclerose múltipla

 


O termo esclerose refere-se à cicatriz que surge no lugar das células quando elas sofrem inflamação e perdem o revestimento


Tribuna da Bahia, Salvador
28/05/2022 15:00 | Atualizado há 5 horas e 43 minutos

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Foto: Alfredo Filho - Secom

A hipótese de que o “vírus do beijo” [Vírus Epstein-Barr – EBV], causador da mononucleose, pode ser uma das causas da esclerose múltipla (EM) ganhou força. O estudo de uma equipe da Universidade de Harvard analisou amostras de 10 milhões de jovens adultos nos Estados Unidos e apontou que o EBV pode aumentar em 32 vezes o risco de desenvolvimento da EM. A doença acomete15 a cada 100 mil habitantes no Brasil, cerca de 40 mil brasileiros, segundo o Ministério da Saúde, que sinaliza para mais de 2,8 milhões de pessoas com EM no mundo. Instrumento de alerta e conscientização, 30 de maio é o Dia Mundial da Esclerose Múltipla.

Embora não seja prova de causa, o achado é a evidência mais forte até o momento, implicando nessa relação do EBV com a Esclerose Múltipla, que é a doença desmielinizante inflamatória autoimune mais comum do sistema nervoso central. “Entre os distúrbios do sistema nervoso central, a EM é a causa mais frequente de incapacidade permanente em adultos jovens, atrás apenas do trauma”, como explica o coordenador do Capítulo de Neurologia da Clínica AMO, André Muniz.

“A esclerose múltipla afeta mais mulheres do que homens e a idade média do início da doença está entre 28 e 31 anos. Dormência e sensação de alfinetadas no corpo, fraqueza muscular, perda de visão ou visão dupla estão entre os principais sintomas”, enumera o médico, acrescentando que o paciente também pode sentir-se tonto ou desequilibrado, ter problemas para andar ou falar e apresentar falta de controle no intestino ou bexiga, entre outros.

Está entre as causas da doença a predisposição genética (com alguns genes já identificados que regulam o sistema imunológico), combinada com fatores ambientais, como as infecções virais (caso do Vírus Epstein-Barr), baixos níveis de vitamina D, tabagismo ativo ou passivo e obesidade na adolescência entre outras.

O neurologista André Muniz explica ainda que o termo esclerose refere-se à cicatriz que surge no lugar das células quando elas sofrem inflamação e perdem o revestimento esbranquiçado de mielina, o que provoca a má condução dos sinais nervosos. O termo “múltipla” se dá porque as cicatrizes se apresentam em diversos pontos do encéfalo e da medula espinhal.


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