terça-feira, 31 de maio de 2022

Instituto Lado a Lado pela Vida alerta para os novos hábitos e riscos relacionados ao tabaco

 


No Dia Mundial sem Tabaco, especialistas destacam que os cigarros eletrônicos podem estimular novos fumantes. Mesmo sendo proibidos no Brasil, produtos são muito consumidos por jovens 

Apesar de terem a venda proibida no Brasil, desde 2009, pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os cigarros eletrônicos são comercializados ilegalmente pela internet e no comércio informal, e têm sido muito utilizados por jovens. No Dia Mundial sem Tabaco (31/5), o Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL) alerta para os novos hábitos e riscos relacionados ao consumo desses produtos. Especialistas destacam que os cigarros eletrônicos podem estimular novos fumantes de cigarros convencionais, além de causar doenças graves, como enfisema pulmonar, problemas cardíacos e câncer. 

Entre outras ações, o LAL lança um vídeo com informações e orientações para a população, dos especialistas convidados Jefferson Luiz Gross, cirurgião oncológico e líder do Centro de Referência de Pulmão e Tórax A.C. Camargo, e Katia Rodrigues Antunes, Psicóloga do A.C. Camargo. “Mesmo o Brasil sendo um exemplo no combate ao tabagismo e referência para outros países, o número de jovens que consome cigarros eletrônicos é uma grande preocupação. Um dos problemas mais comuns causados pelo tabaco é o câncer de pulmão, tumor que mais mata no mundo. Por isso, ao longo de todo o ano, desenvolvemos diversas ações de conscientização e campanhas como o Respire Agosto, e disponibilizamos em nosso site e nas redes sociais vários conteúdos informativos”, afirma Marlene Oliveira, presidente do LAL. 

Segundo o oncologista Igor Morbeck, membro do Comitê Científico do LAL, muitos não fumantes começam a usar os cigarros eletrônicos, acreditando que são menos nocivos à saúde, mas passam a sentir necessidade de aumentar o consumo e partem para o cigarro tradicional. Estudos da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que isso pode ocorrer porque os cigarros eletrônicos que possuem nicotina podem levar à dependência dessa substância e à procura por outros produtos de tabaco. Além disso, há evidências de que adolescentes que nunca fumaram e que usam cigarro eletrônico têm, pelo menos, o dobro de chances de começar a fumar cigarros. 

“Como o cigarro eletrônico foi concebido para auxiliar os fumantes a pararem de fumar, muitos jovens acreditam que ele é menos prejudicial do que o convencional. Em sua essência, a ideia da criação foi boa, o problema é que o uso se disseminou na população de não fumantes e esse tipo de produto é extremamente nocivo. Há inúmeros relatos de pessoas que têm doenças respiratórias graves relacionadas a ele, além do risco potencial de câncer. São muitos compostos químicos queimados a altíssima temperatura e que causam danos ao pulmão, muitas vezes, irreversíveis. O cigarro eletrônico é consumido no mundo inteiro, virou moda entre os jovens e, apesar de não sabermos quais os efeitos a longo prazo, por não existirem estudos específicos, foram registadas centenas de óbitos relacionados, nos Estados Unidos”, destaca Morbeck. 

Os dispositivos funcionam por meio de uma bateria, em um sistema que aquece o líquido composto, geralmente, por água, aromatizante de alimentos, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal. Alguns levantamentos mostram que o cigarro eletrônico causa enfisema pulmonar, dermatite, doenças cardiovasculares e câncer, que pode se desenvolver no pulmão, bexiga, esôfago e estômago. “O cigarro eletrônico não é recomendado pela classe médica, mesmo para as pessoas que desejam parar de fumar. Para esses pacientes, existem alternativas de tratamento, que vão desde adesivos de nicotina a medicamentos específicos, associados a terapias”, afirma o especialista. 

Com relação ao consumo no Brasil, o relatório Covitel* (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia) revelou que, pelo menos, 1 a cada 5 jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos, ou seja, 19,7% já experimentaram. A pesquisa é referente ao primeiro trimestre deste ano. A prevalência é maior no Centro-Oeste (11%) e Sul (10%) e menor no Norte e Nordeste (6% em ambos). No Sudeste, é de 7%. 

O tabagismo é responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano, no mundo, sendo cerca de 7 milhões por consumo direto e 1,2 milhão de não fumantes expostos ao fumo passivo, de acordo com a OMS. Além de causar problemas cardíacos, enfisema pulmonar e doenças respiratórias, o tabaco está relacionado a mais de 20 tipos de câncer, como na boca, língua, laringe, esôfago e bexiga. O que mais causa mortes no Brasil é o câncer de pulmão e quase 90% delas estão relacionadas ao tabagismo. Em 2020, foram registrados 40.409 novos casos desse tipo de câncer no país, com um total de 35.160 óbitos. 

*O relatório Covitel foi financiado pela Umane e pelo Instituto Ibirapiranga e realizado pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), com apoio da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva). 

Sobre Instituto Lado a Lado Pela Vida (LAL) 

Fundado em 2008, o Instituto LAL é a única organização social brasileira que se dedica simultaneamente às duas principais causas da mortalidade - o câncer e as doenças cardiovasculares - além do intenso trabalho relacionado à saúde do homem. Sua missão é mobilizar e engajar a sociedade e gestores da saúde, contribuindo para ampliar o acesso aos serviços, da prevenção ao tratamento, e mudar para valer o cenário da saúde no Brasil. Trabalha para que todos os brasileiros tenham informação e acesso à saúde digna e de qualidade, em todas as fases da vida. Além do Novembro Azul, o Instituto Lado a Lado pela Vida é o idealizador das campanhas Respire Agosto, Siga Seu Coração, Mulher Por Inteiro e #LivreSuaPele. 

Informações para a Imprensa 

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