Conselho se reuniu no último dia 1º. (Foto: UNHRC/SCREENSHOT)
Em
sua 49ª sessão, ocorrida no dia 1º de Abril, o Conselho de Direitos
Humanos das Nações Unidas (UNHRC, da sigla em inglês) aprovou quatro
resoluções anti-Israel e pró-Palestina, incluindo um pedido de limitação
do acesso a armas por meio de um embargo contra o Estado judeu. A
resolução foi aprovada por 37 votos a favor e 3 contra, contando com
sete abstenções.
Brasil,
Malawi e os Estados Unidos – que se juntaram novamente ao Conselho como
membro votante neste ano – foram os três países que ficaram ao lado de
Israel. Camarões, Honduras, Índia, Ilhas Marshall, Nepal, Ucrânia e
Reino Unido se abstiveram, enquanto que todos os países da União
Europeia presentes no Conselho apoiaram o texto, incluindo França e
Alemanha.
Israel
foi o único país que o UNHRC censurou várias vezes. A Rússia, que é
membro do Conselho, foi repreendida apenas uma vez por sua invasão à
Ucrânia, com uma resolução que foi aprovada por 32 a 2, além de 13
abstenções. Outros países – Coreia do Norte, Irã, Bielorrússia, Mianmar,
Nicarágua e Síria – foram responsabilizados por abusos de direitos
humanos com apenas uma imposição cada.
O
tratamento desigual da UNHCR em relação a Israel já é de longa data, de
acordo com o cientista político e presidente executivo da StandWithUs Brasil,
André Lajst. “O Conselho da ONU tem um longo histórico de preconceito e
perseguição a Israel. Apesar da organização se destacar em outros
lugares do mundo por defender os valores humanitários, em Israel e nos
territórios sob controle palestino é nítido seu posicionamento
enviesado, aprovando medidas que condenam Israel enquanto poupa outros
países do Oriente Médio e do mundo que atropelam diariamente os direitos
humanos”, explica o especialista.
As
outras três resoluções foram votadas sob o item 7 da Agenda do
Conselho. Durante todas as reuniões, de acordo com o item 7, Israel é o
tópico de discussão e as supostas violações israelenses dos direitos
humanos são debatidas em cada sessão. “A existência desse item
recorrente em toda agenda do Conselho é mais uma prova da perseguição da
ONU contra Israel. Não existe nenhuma exigência desse tipo para nenhum
dos outros 193 estados membros da ONU”, aponta Lajst.
Das
três resoluções do Item 7 da Agenda, a que condena a atividade de
assentamentos israelenses, pede um boicote aos produtos desses
assentamentos e uma retirada israelense respeitando as linhas
territoriais pré-1967 foi aprovada por 38 a 4, com cinco abstenções.
A
resolução sobre os direitos do povo palestino à autodeterminação foi
aprovada por 41 votos a 3, com três abstenções. O que contou com menor
apoio foi o texto que pedia a retirada de Israel das Colinas de Golã,
que acabou sendo aprovado por 29 a 15, com três abstenções.
O
embaixador palestino na ONU em Genebra, Ibrahim Khraishi, disse na
reunião que era importante responsabilizar Israel por suas ações contra
seu povo e acusou o país de colonialismo e crime de apartheid. André
Lajst mais uma vez reforça que esse discurso é enviesado: “Israel se
preocupa com a segurança de seus cidadãos e utiliza formas preventivas e
ferramentas de tecnologia conhecidas no mundo todo para proteção contra
ações violentas. As eventuais construções de barreiras e sistemas de
segurança adotados no país não têm quaisquer tipos de segregação étnica
ou racial como motivo. A acusação de que Israel comete o crime de
apartheid é mais uma forma de tentar deslegitimar o país, isolá-lo e,
consequentemente, enfraquecê-lo”, explica o cientista político. "Basta
olhar para a quantidade de árabes vivendo como cidadãos em Israel e
assumindo posições de liderança, inclusive no parlamento israelense,
para ver que Israel não é um regime de apartheid", ele conclui.
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