Todo ano a OMS soltava um relatório com a quantidade de suicídios do ano anterior. O último relatório da OMS é relativo 2019. Em 2021 não saiu o relatório de 2020, e tampouco dispomos de dados de 2021. Bruna Frascolla para a Gazeta do Povo:
Eli
Vieira publicou nesta Gazeta uma informação alarmante: os conhecimentos
científicos da psicologia foram usados pelos governos nesta pandemia
para fomentar o medo, que aumenta a obediência. Não que os nossos
concursados da psicologia estejam produzindo conhecimento – nada disso. A
descoberta se deu na Inglaterra, país onde a pesquisa em psicologia
está muito mais avançada do que no Brasil.
Que
tenha sido na Inglaterra, tanto faz. Nesta pandemia, vimos as mesmas
lorotas sendo contadas pelos governantes uniformemente, e as mesmas
medidas sendo uniformemente adotadas, a despeito das mesmíssimas
perguntas que eram levantadas mundo afora por cidadãos que usavam o seu
bom-senso: “Qual o sentido de reduzir a frota se os ônibus ficarão mais
cheios? Qual o sentido de abrir shopping e fechar parque? Antes de
adotar uma medida tão drástica quanto os lockdowns, não é bom estarmos
muito seguros de sua eficácia?” As autoridades faziam ouvidos moucos.
Mundo afora, pululavam punhados de subcelebridades científicas cuja
função era garantir que os mandatários estavam corretíssimos, sim. Mais
ousados, alguns chegaram a apontar a superioridade da China em relação
às democracias no que concerne à gestão da pandemia. O “autoritarismo
necessário” impõe cárcere privado e não as deixa sair de casa para
comprar comida. O Ocidente via as imagens clandestinas das pessoas
desvairadas gritando, presas em seus apartamentos em Wuhan, e não
imaginava que em breve aquilo seria modelo para seus países.
Descartes
dizia que o bom senso, isto é, a razão, é a coisa do mundo melhor
partilhada. Mostraram-se bem partilhados também o insultos a quem
ousasse duvidar. Éramos todos uns negacionistas.
Genocídio?
O
termo “negacionista” se tornou corrente na política durante o pós II
Guerra. Era usado para se referir aos que negavam a existência do
Holocausto. De fato, corria a versão de que genocídio não ocorrera e os
Aliados teriam, com o terrível bombardeio de Dresden, matado mais do que
os nazistas. Todas as provas físicas seriam armação soviética.
Fundamentalmente,
portanto, o termo “negacionismo” foi posto na arena política para se
referir a um genocídio. As pessoas que o puseram em uso outra vez sabem
disso, pois a tese que nos querem empurrar goela abaixo é a de que a
“covid denialism” (na gringa) ou o “negacionismo científico” (por estas
plagas) é o responsável direto pela morte de milhões de pessoas pelo
mundo. Ou seja: se você não aderir ao medo universal e externar essa sua
não adesão meramente subjetiva (pois é possível fazer perguntas
enquanto se fica em casa e se vai de bom grado receber as injeções da
Pfizer), você é o Hitler do século XXI. O genocídio não só foi
socializado, como pode ser cometido com crime de pensamento. Virou uma
espécie de pecado, algo de foro íntimo. A diferença é que não há mais
Deus para julgar, mas sim tuiteiros, burocratas e jornalistas. Que
passam por “todo o mundo”, neste mundo percebido por algoritmos
manipuláveis.
Não
falta quem especule que um verdadeiro genocídio esteja em curso. Se
levarmos em conta que substâncias de tecnologia muito pouco conhecida
foram desenvolvidas em menos de um ano e inoculadas em grandes
contingentes populacionais, e que as autoridades não só não revelam
interesse algum em investigar os efeitos colaterais dessas substâncias,
como constrangem os cidadãos a serem inoculados, é legítimo especular
que haja um genocídio em andamento. A União Europeia tinha 447 milhões
de habitantes em 2020. Se as vacinas experimentais matarem apenas 1,3%
dos que foram inoculados, a Europa terá matado 6 milhões de pessoas
outra vez. E com muito maior discrição do que os nazistas, já que os
mortos são justamente aqueles que não são discriminados.
Seja
como for, já se constatou que a população na Europa decresceu em
números absolutos durante o ano de 2020. Em 2021 havia 321 mil
habitantes a menos. A causa provável apontada pelo gabinete de
estatísticas europeu é o “impacto da pandemia de Covid”.
Suicídio
Essa
expressão – impacto da pandemia – é vaga o suficiente para qualquer um
entender o que quiser. Um neo-hipocondríaco a interpretará como sinônimo
de vírus SARS-COV-2. Os “impactos da pandemia” foram tão grandes que a
população europeia encolheu. Dados e mais dados de governos corruptos
mostrarão milhões de mortes de ou com covid, que corroborarão a sua
impressão.
Mas,
porém, contudo, todavia, um dado que não aparece é a de suicídios de
2020. Todo ano a OMS soltava um relatório com a quantidade de suicídios
do ano anterior. O último relatório da OMS é relativo 2019. Em 2021 não
saiu o relatório de 2020, e tampouco dispomos de dados de 2021.
Suicídio
é um assunto tabu por causa do efeito Werther, que tem esse nome por
causa de um romance epistolar de Goethe que foi uma coqueluche entre a
juventude europeia no século XIX. O jovem Werther, apaixonado e não
correspondido, se suicida. Os jovens passaram a usar as mesmas roupas de
Werther e a se matar também. Dado esse fato curioso de o suicídio ser
socialmente contagioso, há mil protocolos para os jornais lidarem com o
fato. Um é evitar noticiar, para não pipocarem Werthers por aí. Fazer o
quê? O ser humano é um bicho muito esquisito mesmo.
No
entanto, essa peculiaridade do suicídio pode estar sendo usada para
abafar uma quantidade de suicídios sem precedente. Os confinamentos
forçados de gente saudável tampouco têm precedente. Ninguém seria um
Sherlock Holmes se dissesse que ambas as coisas estão associadas.
Se
somarmos isso à informação de que os governos agiram deliberadamente
para causar medo na população, podemos dizer que uma experimentação
social autoritária causou uma grande quantidade de mortes muito
sofridas. Não é razoável privar as pessoas de suas vidas sociais e de
seu trabalho ao mesmo tempo, e esperar que sua saúde mental permaneça a
mesma. Trancar as pessoas em casa por meses a fio é pedir que se
deprimam. Ao se deprimirem, não é de admirar que uma parcela se mate.
(Vale lembrar que o lockdown europeu foi muito mais duro do que o
brasileiro.)
Que
terá matado mais em 2020: o vírus ou a depressão? É um absurdo que não
haja dados de suicídio disponíveis. É essencial tê-los à mão para
discutir o trabalho dos nossos governos.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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