(Marcelo Jabulas)
Fabricar carros no Brasil é diferente de importar carros para o Brasil. Toda indústria sabe disso e não há como tentar produzir localmente os mesmos produtos que são feitos na Europa, Estados Unidos ou Japão. Importar é fácil, não depende de fornecedor local e o que vendeu é lucro. Já para fabricar, o buraco é mais embaixo, muito mais embaixo.
A Volkswagen sacou isso com o Taos. Ele percebeu que para ter volume não bastava importar o Tiguan Allspace e muito menos tentar fabricá-lo. Seria necessário um produto regional.
E como o mercado de SUV médio se tornou a nova estrela da indústria, ela interrompeu o desenvolvimento da picape Tarok e deu prioridade ao utilitário, que estreou no fim de maio de 2021. Fabricado na planta de Coronel Pacheco, na região metropolitana de Buenos Aires, esse SUV portenho é o cavalo de batalha da VW para ganhar terreno num segmento em que o Jeep Compass é a referência do segmento.
O grande senão do Taos está no fato de ser argentino. Não por implicância com os hermanos, mas pela balança cambial. Mesmo sendo tratado como um nacional, devido ao acordo bilateral do Mercosul, as transações entre as duas filiais é feita em dólar.
Assim, o SUV que estreou por R$ 155 mil há seis meses hoje não sai por menos de R$ 171 mil, enquanto o Compass parte de R$ 159 mil e o Toyota Corolla Cross inicia em R$ 162 mil.
O que é?
SUV médio, com quatro portas e cinco lugares.
Onde é feito?
Fabricado na unidade Cel. Pacheco (Argentina).
Quanto custa?
Base: R$ 171.070
Testado: R$ 171.665
Completo: R$ 183.740
Com quem concorre?
Taos
Comfortline concorre na base do segmento de SUVs médios, em que figuram
Chery Tiggo 7, assim como as versões de entrada de Jeep Compass e
Toyota Corolla Cross.
No dia a dia
O
Taos é um legítimo Volkswagen. O SUV tem comportamento equilibrado, bom
espaço interno, conjunto mecânico exemplar e claro, muito plástico. No
entanto, precisamos ser justos e dizer que a montagem é ótima e os
apliques de couro no painel e nas portas deixam esse SUV mais refinado
que seus irmãos que figuram em degraus inferiores.
No uso cotidiano, esse carro atende muito bem. Tem ótima posição de dirigir, o que garante muita visibilidade. Na cidade, seus 4,46 m não chegam a ser um problema e o conjunto de sensores dianteiros e traseiros, além da câmera, facilitam na hora de estacionar.
Por dentro, o SUV oferece bom espaço interno e é muito confortável com até quatro ocupantes. Um quinto passageiro viajará apertado, sem muito espaço para as pernas, devido ao túnel central e aos difusores de ar do console central. O porta-malas também é generoso, com 498 litros.
O pacote de conteúdos da versão testada é o mais básico do Taos. Ele vem apenas com ar-condicionado digital, quadro de instrumentos digital (que é inferior ao do T-Cross) e multimídia (com conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, além de 4G embarcado e Wi-Fi). Completam o conjunto os retrovisores elétricos, partida sem chave e freio de estacionamento eletrônico.
O modelo ainda pode ser equipado com dois pacotes, um de conforto e outro de segurança. O primeiro adiciona bancos em couro, banco do motorista com ajuste elétrico e aquecimento, por R$ 5.980. O segundo inclui controle de cruzeiro adaptativo (ACC), frenagem emergencial autônoma e detector de pedestres, por R$ 5.280. Se o amigo já decidiu tirar R$ 171 mil da carteira, não há porque deixar de gastar mais R$ 11 mil.
Motor e transmissão
A
unidade TSI 250 1.4 de 150 cv e 25 mkgf de torque é um motor exemplar.
Ele equipa boa parte dos VWs atuais como T-Cross, Polo GTS, Tiguan e
Jetta. No Taos ele não refuga e oferece bom comportamento, mesmo com a
carroceria mais pesada que a do T-Cross.
A combinação com a transmissão automática de seis marchas é um casamento perfeito. Trocas rápidas e suaves. O Taos não é nenhum corredor, mas está longe de ser manco.
Como bebe?
Abastecido com álcool, registrou média de 7,5 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.
Suspensão e freios
O
Taos oferece suspensão independente que garante estabilidade
impressionante. Firme como todo VW, ela transmite as imperfeições para a
cabine, mas não chega a ser uma tortura. Os freios utilizam discos nas
quatro rodas. Ele ainda oferece assistente de partida em rampa.
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