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Essa é, no fundo, a única ideia que realmente mantém vivos Lula e o PT: a privatização radical do Estado brasileiro, em benefício direto dos seus crentes e militantes. J. R. Guzzo para a Gazeta do Povo:
Nunca
houve antes na história política do Brasil, como está sendo agora o
caso de Lula em sua campanha eleitoral, um candidato que quisesse chegar
à Presidência da República em cima de um programa consistente de
destruição. Candidatos costumam se apresentar aos eleitores, na maior
parte das disputas, com mentiras, promessas que não têm a menor intenção
de cumprir e ideias ruins, que vão dar errado todas as vezes que alguém
tentar aplicá-las.
Mas
Lula está dando um “plus a mais” na desgraça habitual, ou “dobrando a
aposta”, como faria a inesquecível Dilma Rousseff – inesquecível
sobretudo para ele, pelo atraso que fez na sua carreira. Não se contenta
com o erro. Quer, acima de tudo, destruir – e, naturalmente, quer
destruir justo aquelas coisas, não muitas, que estão dando certo neste
país. É claro. A existência dessas coisas prejudica diretamente os
interesses de quem viaja no seu bonde. Pau nelas.
Lula
deve calcular, é óbvio, que isso pode render voto para ele em outubro –
o candidato, como é notório há décadas, não consegue dar sequer um “bom
dia” se não achar que vai estar tirando alguma vantagem pessoal disso.
Mas o buraco, aí, parece estar mais em baixo.
Lula,
com seu projeto nacional de destruição, está não apenas pensando em si;
também, e isto talvez seja até o principal na história toda, o
candidato do PT–esquerda–liberais está defendendo os interesses
individuais de muitos dos piores grupos de parasitas que existem no
território brasileiro. Esses grupos perderam terreno depois que Dilma
foi posta para fora do governo. Estão desesperados, agora, para
recuperar o que tinham.
Lula
é o melhor atalho para voltarem à vida boa de antes. Que vida?
Basicamente, querem ter de novo o Tesouro Nacional à sua disposição – e à
disposição dos seus bolsos. Dar às suas minorias, como conseguiram
fazer em quase 14 anos de governo, o dinheiro tirado do imposto de todos
– esse é o seu mandamento número um, acima de qualquer outro.
Basta
ver o que eles mesmos estão dizendo. Lula, em seu governo, promete
destruir a reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer – o
passo mais importante para a modernização das relações de trabalho que o
Brasil já deu nos últimos 50 anos. Promete destruir a lei que acabou
com o infame “imposto sindical” – está decidido a extorquir de novo do
trabalhador brasileiro, todos os anos, um dia inteiro de salário, para
encher a carteira de chefes sindicais que não produzem um único parafuso
na vida.
Promete
destruir a reforma previdenciária, que colocou um mínimo de justiça e
de racionalidade nas aposentadorias que todos têm de pagar – mas que
beneficiam apenas a uma minoria de funcionários públicos com alta
remuneração. Promete destruir o teto de gastos do Estado – e liquidar
assim, em proveito material de sua turma, qualquer possibilidade séria
de controle no gasto dos impostos pagos pela população. Quer destruir
tudo o que está correto, ou perto disso.
Essa
é, no fundo, a única ideia que realmente mantém vivos Lula e o PT: a
privatização radical do Estado brasileiro, em benefício direto dos seus
crentes e militantes. Dizem, é claro, que estão “estatizando” as
riquezas e a produção do Brasil. Mentira. Estão pegando tudo para si
mesmos: sindicalistas, empreiteiros de obras públicas,
empresários-pirata, companheiros da militância, marajás que ganham mais
de R$ 50 mil, ou R$ 100 mil, ou R$ 150 mil por mês no serviço público, e
por aí afora. É tudo dinheiro, e só dinheiro.
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