sábado, 26 de fevereiro de 2022

Encomendado pelo neto do pai do Fusca há 25 anos, VW W12 foi revolucionário

 


Marcelo Jabulas
@mjabulas

HOJE EM DIA
O Volkswagen W12 nasceu para apresentar o motor de alta performance da VW; a unidade ainda equipa até hoje modelos de prestígio do grupo como o Bentley Continental GT (Divulgação)

O Volkswagen W12 nasceu para apresentar o motor de alta performance da VW; a unidade ainda equipa até hoje modelos de prestígio do grupo como o Bentley Continental GT (Divulgação)

Ferdinand Piech certamente foi o mais excêntrico dos executivos do Grupo Volkswagen. Neto de Ferdinand Porsche, o executivo foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Porsche 906, Audi Quattro, aquisição da Bugatti e Lamborghini e também pela concepção do todo poderoso Phaeton, seu super sedã de alto luxo. Mas entre as ousadias de Piech, nada se compara ao conceito W12.

O W12 foi encomendado a Giorgetto Giugiaro, que já tinha contribuído com projetos expressivos como o Golf e o próprio Audi Quattro. Piech queria um supercarro para apresentar o novíssimo motor W12. Essa unidade basicamente colava dois motores VR6, que tinham bancadas muito próximas e equipavam modelos como o Passat e o Golf.

Esse bloco tinha 5.6 litros de deslocamento e 420 cv de potência, ele seria unido ao sistema de tração integral Syncro. O W12 foi exibido no Salão de Tóquio de 1997. O carro tinha desenho limpo, bastante esguio, com portas do tipo tesoura e um grande para-brisas que deixava à mostra o monstro de 12 cilindros.

A embalagem

Por dentro o W12 era um carro típico dos anos 1990. Com interior espalhafatoso, em tonalidade azul, que contrastava com o amarelo da carroceria. O carro ainda contava com painel, com elementos translúcidos, que deixavam à mostra parte do sistema elétrico. Um rádio com CD (que era o luxo do luxo) e até mesmo um acendedor de cigarros. Eram os anos 1990.

O carro se tornou a sensação da mostra japonesa e atingiu o objetivo de Piech. Provar que a VW poderia const<CW0>ruir um supercarro. E se era capaz de tal, também era capaz de produzir modelos mais sofisticados e não apenas médios e compactos.

O W12 teve outras duas releituras, uma versão roadster construída em 1998 e outra fechada, batizada de Nardò, em alusão ao circuito italiano utilizado para testes. Esse terceiro W12 teve o deslocamento do motor elevado para 6.0 litros e a potência saltou para 600 cv e 62 kgfm de torque. 

Essa versão teve uma unidade construída com estrutura em fibra de carbono, que bateu o recorde de velocidades da pista italiana oval, com média de média de 323 km/h, durante 24 horas, percorrendo 7.740 quilômetros.

Apesar de não ter uma versão de produção em série, o Volkswagen W12 abriu caminho para modelos como Phaeton e Touareg. Seu motor W12 foi utilizado no sedã de luxo, sonho de Piech, assim como nos modelos Audi A8 e Bentley Continental GT. 

O bloco também serviu de base para o desenvolvimento da unidade WR16 64v4T. Trata-se da “usina” com mais de 1.000 cv que equipou o Bugatti Veyron e que hoje entrega 1.600 potros no Chiron. 

O saudoso Piech sabia descer para o play e brincar. Coisas do sangue Porsche.

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