domingo, 30 de janeiro de 2022

Os abusos do politicamente correto e outras notas

 



José Dirceu luta pelo socialismo enquanto come num dos restaurantes mais caros do Rio de Janeiro. Bruno Meyer para a revista Oeste:


“Devemos questionar os abusos do politicamente correto”

Prestes a completar 64 anos, na próxima sexta-feira (28), Maitê Proença diz que não é mole envelhecer em frente às câmeras. “Nunca foi. Quando todos me viam como um sex-symbol inexpugnável, a tormenta comia solta por dentro”, conta, em entrevista a Oeste. Afastada das novelas desde 2017, quando deixou a Globo depois de um contrato que durou 37 anos, Maitê prepara o lançamento de dois livros, pelo grupo Ediouro. Um deles, a reedição da ficção Uma Vida Inventada. O outro, o lançamento de O Pior de Mim, peça que começou on-line e entrará nos palcos em 2022. Na vida pessoal, além de ter sido avó na pandemia (é a primeira filha de Maria Marinho, do casamento de 12 anos com o empresário Paulo Marinho), ela engatou um relacionamento com a cantora Adriana Calcanhotto. Leia trechos da entrevista.


A senhora já A senhora já definiu O Pior de Mim como uma crítica aos “perfeitos” de plantão, os que posam de bons moços: “Todos bem-sucedidos, ricamente vestidos e seguros de si, sempre politicamente corretos, jamais fazem uma contradição”. O que a motivou a apresentar a peça?

Fico assustada com o grau de moralismo e imposições éticas de muitos. Alguns reality shows viraram um tribunal implacável, com justiceiros levando o réu da vez ao linchamento público, tudo em nome das “verdades” do momento. Minha peça foi concebida como um antídoto para isso, para as fake news, para essa ética do avesso praticada por gente maldosa, e para o glamour mentiroso das redes sociais.

De que forma esse moralismo e o politicamente correto prejudicam?

A humanidade tem algumas regras consensuais, partilhadas por todos os povos. São as que devemos acatar por facilitarem o convívio com nossos pares e a natureza. E há outras que variam de acordo com as épocas, com modismos, com as imposições sociais do momento. Dessas, fazem parte os abusos do politicamente correto, por exemplo. Essas são as que devemos questionar com rigor, para não virarmos a turba selvagem que anda por aí apontando seus dedos preconceituosos a qualquer um que pense e aja diferente.

A senhora tem feito uma série de conteúdos em vídeo sobre personalidades femininas. De que forma as redes sociais são importantes para o seu trabalho?

Trago a história de mulheres precursoras, porque muitas pessoas não se dão conta de que o feminismo não surgiu agora. Houve mulheres em todos os períodos históricos que não se curvaram às imposições sociais. Sofreram o pão que o diabo amassou, mas tiveram uma experiência rica e abriram caminho para tudo o que já conquistamos e aquilo que se pleiteia agora. Pesquiso personalidades extraordinárias do universo feminino, de que pouco se ouviu falar. Tudo o que apresento são artigos que eu mesma faço e uso no dia a dia — para casa, corpo, beleza e saúde. Parece meio hippie, eu sei, mas vivo assim e funciona bem.

A senhora tem 63 anos, foi avó na pandemia e segue sendo uma das mulheres mais belas do Brasil. Como é envelhecer em frente às câmeras?

Não é mole, e nunca foi. Quando todos me viam como um sex symbol inexpugnável, a tormenta corria solta por dentro. Agora invisto nos meus talentos mais subjetivos. Quem sabe eles encantam uma gente de valor e eu vou cavando meu espaço com um novo público, que crê na vida, gente tão inconformada e entusiasmada quanto eu.

Santander no Pelourinho

Novo presidente do Santander no Brasil, Mario Leão fez a primeira apresentação aos funcionários na última terça-feira (18). No cargo desde o primeiro dia de 2022, Leão destacou que deseja construir a melhor e maior empresa de consumo do Brasil e incentivou a plateia, de 43 mil presentes on-line, dos 45 mil funcionários do banco no país, a ter obsessão no bom atendimento ao cliente. Um dos pontos do discurso foi a menção do novo presidente em valorizar o passivo (termo de contabilidade) como fonte de rentabilização para a instituição. Em outras palavras, potencializar tudo o que o banco arrecada de investimentos dos clientes, como CDBs e fundos, para emprestar a outros clientes a juros maiores, ganhando um spread na operação.

Com passagens pelo Morgan Stanley, Goldman Sachs e Citi, onde foi vice-presidente da operação brasileira por uma década, Leão prometeu rodar muitas das 2.029 agências do país para conhecer a ponta do quarto maior banco privado do Brasil (em 2021, o Santander anunciou que iria continuar a se expandir para o interior). A live para os milhares de funcionários deu uma mostra de que Leão deseja realmente sair mais de sua ampla sala na Avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo: a apresentação foi realizada no Pelourinho, cartão-postal de Salvador, com passagens ao vivo do grupo Olodum. Leão sucede a Sergio Rial e foi escolha pessoal do antecessor, que vira chairman do banco.


O primeiro bilhão

Com duas décadas de existência e cerca de 17 mil clientes ativos, a Nelson Wilians Advogados projeta faturar R$ 1 bilhão em 2022. O volume inédito se deve à atuação na recuperação de crédito das empresas — entre os principais clientes, estão os maiores bancos do país, como o estatal Banco do Brasil. “Independentemente de ser um ano de eleições, acreditamos no crescimento da área”, diz Nelson Wilians. A empresa quer ainda expandir as filiais, de 29 para 33, no Brasil neste ano.

Calote editorial

O calote da Saraiva e da Cultura, redes de livrarias que já foram as maiores do Brasil e se encontram atualmente em recuperação judicial, bateu a marca de R$ 300 milhões, somente às editoras de livros. Fato importante: nenhuma editora faliu com o revés.

De Miguel Alves para o mundo

Modelos, como outras profissões, viram suas ofertas de trabalho diminuírem na pandemia, com a interrupção dos desfiles de moda. Mas uma das mais requisitadas do Brasil, Laís Ribeiro, não tem do que reclamar. Ela, que chegou a vender galões de água na adolescência em Miguel Alves, cidade rural no interior do Piauí, desembarca no fim de janeiro no Brasil, direto de Miami, onde mora. Vai fotografar a campanha de uma grife de moda no Pantanal. Renovou também contrato com a Donna Karan, em que será o rosto do perfume, e estrelará nova campanha da Animale no Brasil. Antes da pandemia, Laís chegou a faturar R$ 11 milhões em 12 meses.

E não só de trabalho vive Laís. Ela vem ao país para preparar a cerimônia de casamento, que acontecerá em agosto, em Trancoso, na Bahia. O noivo é Joakim Noah, astro do basquete norte-americano e atual embaixador do Chicago Bulls. Noah fechou um dos maiores contratos da história da NBA, em torno de R$ 400 milhões.


Criptomoedas nas eleições

O anúncio do prefeito Eduardo Paes de que pretende criar uma criptomoeda carioca reforçou em especialistas a importância de a tecnologia ser discutida também para as eleições. “As criptomoedas são uma tendência, até em órgãos públicos, mas ainda não são regulamentadas para as eleições”, diz o contador Guilherme Sturm, criador da startup Essent Jus, responsável por montar a primeira rede de contabilidade eleitoral 100% digital. O uso das criptomoedas poderia servir, diz Sturm, para doações e pagamentos de despesas eleitorais. Ele desembarca em fevereiro no Rio de Janeiro para o Esquenta Essent Jus Experience, evento que discutirá as criptomoedas e tendências para as eleições, além de estratégias de ferramentas de contabilidade eleitoral para os partidos. A iniciativa é uma prévia do evento nacional, que será realizado em março em Brasília, com especialistas da área eleitoral.

Fora da cadeia

Uma colunista carioca descreveu a viagem ao Rio de Janeiro de José Dirceu nesta semana: “O ex-ministro chegou ao Rio com sua linda mulher, Simone, (…) foram provar o arroz de pato famoso e as sobremesas portuguesas do restaurante sucessor do antigo Antiquarius” — um dos mais caros da cidade. No mês passado, Dirceu disse que o PT quer ganhar as eleições presidenciais para criar as bases de um projeto socialista. Como escreveu o jornalista Silvio Navarro na mais recente edição de Oeste, eles voltaram.


BLOG  ORLANDO  TAMBOSI

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