José Dirceu luta pelo socialismo enquanto come num dos restaurantes mais caros do Rio de Janeiro. Bruno Meyer para a revista Oeste:
“Devemos questionar os abusos do politicamente correto”
Prestes
a completar 64 anos, na próxima sexta-feira (28), Maitê Proença diz que
não é mole envelhecer em frente às câmeras. “Nunca foi. Quando todos me
viam como um sex-symbol inexpugnável, a tormenta comia solta por
dentro”, conta, em entrevista a Oeste. Afastada das novelas desde 2017,
quando deixou a Globo depois de um contrato que durou 37 anos, Maitê
prepara o lançamento de dois livros, pelo grupo Ediouro. Um deles, a
reedição da ficção Uma Vida Inventada. O outro, o lançamento de O Pior
de Mim, peça que começou on-line e entrará nos palcos em 2022. Na vida
pessoal, além de ter sido avó na pandemia (é a primeira filha de Maria
Marinho, do casamento de 12 anos com o empresário Paulo Marinho), ela
engatou um relacionamento com a cantora Adriana Calcanhotto. Leia
trechos da entrevista.
A
senhora já A senhora já definiu O Pior de Mim como uma crítica aos
“perfeitos” de plantão, os que posam de bons moços: “Todos
bem-sucedidos, ricamente vestidos e seguros de si, sempre politicamente
corretos, jamais fazem uma contradição”. O que a motivou a apresentar a
peça?
Fico
assustada com o grau de moralismo e imposições éticas de muitos. Alguns
reality shows viraram um tribunal implacável, com justiceiros levando o
réu da vez ao linchamento público, tudo em nome das “verdades” do
momento. Minha peça foi concebida como um antídoto para isso, para as
fake news, para essa ética do avesso praticada por gente maldosa, e para
o glamour mentiroso das redes sociais.
De que forma esse moralismo e o politicamente correto prejudicam?
A
humanidade tem algumas regras consensuais, partilhadas por todos os
povos. São as que devemos acatar por facilitarem o convívio com nossos
pares e a natureza. E há outras que variam de acordo com as épocas, com
modismos, com as imposições sociais do momento. Dessas, fazem parte os
abusos do politicamente correto, por exemplo. Essas são as que devemos
questionar com rigor, para não virarmos a turba selvagem que anda por aí
apontando seus dedos preconceituosos a qualquer um que pense e aja
diferente.
A
senhora tem feito uma série de conteúdos em vídeo sobre personalidades
femininas. De que forma as redes sociais são importantes para o seu
trabalho?
Trago
a história de mulheres precursoras, porque muitas pessoas não se dão
conta de que o feminismo não surgiu agora. Houve mulheres em todos os
períodos históricos que não se curvaram às imposições sociais. Sofreram o
pão que o diabo amassou, mas tiveram uma experiência rica e abriram
caminho para tudo o que já conquistamos e aquilo que se pleiteia agora.
Pesquiso personalidades extraordinárias do universo feminino, de que
pouco se ouviu falar. Tudo o que apresento são artigos que eu mesma faço
e uso no dia a dia — para casa, corpo, beleza e saúde. Parece meio
hippie, eu sei, mas vivo assim e funciona bem.
A
senhora tem 63 anos, foi avó na pandemia e segue sendo uma das mulheres
mais belas do Brasil. Como é envelhecer em frente às câmeras?
Não
é mole, e nunca foi. Quando todos me viam como um sex symbol
inexpugnável, a tormenta corria solta por dentro. Agora invisto nos meus
talentos mais subjetivos. Quem sabe eles encantam uma gente de valor e
eu vou cavando meu espaço com um novo público, que crê na vida, gente
tão inconformada e entusiasmada quanto eu.
Santander no Pelourinho
Novo
presidente do Santander no Brasil, Mario Leão fez a primeira
apresentação aos funcionários na última terça-feira (18). No cargo desde
o primeiro dia de 2022, Leão destacou que deseja construir a melhor e
maior empresa de consumo do Brasil e incentivou a plateia, de 43 mil
presentes on-line, dos 45 mil funcionários do banco no país, a ter
obsessão no bom atendimento ao cliente. Um dos pontos do discurso foi a
menção do novo presidente em valorizar o passivo (termo de
contabilidade) como fonte de rentabilização para a instituição. Em
outras palavras, potencializar tudo o que o banco arrecada de
investimentos dos clientes, como CDBs e fundos, para emprestar a outros
clientes a juros maiores, ganhando um spread na operação.
Com
passagens pelo Morgan Stanley, Goldman Sachs e Citi, onde foi
vice-presidente da operação brasileira por uma década, Leão prometeu
rodar muitas das 2.029 agências do país para conhecer a ponta do quarto
maior banco privado do Brasil (em 2021, o Santander anunciou que iria
continuar a se expandir para o interior). A live para os milhares de
funcionários deu uma mostra de que Leão deseja realmente sair mais de
sua ampla sala na Avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo: a
apresentação foi realizada no Pelourinho, cartão-postal de Salvador, com
passagens ao vivo do grupo Olodum. Leão sucede a Sergio Rial e foi
escolha pessoal do antecessor, que vira chairman do banco.
O primeiro bilhão
Com
duas décadas de existência e cerca de 17 mil clientes ativos, a Nelson
Wilians Advogados projeta faturar R$ 1 bilhão em 2022. O volume inédito
se deve à atuação na recuperação de crédito das empresas — entre os
principais clientes, estão os maiores bancos do país, como o estatal
Banco do Brasil. “Independentemente de ser um ano de eleições,
acreditamos no crescimento da área”, diz Nelson Wilians. A empresa quer
ainda expandir as filiais, de 29 para 33, no Brasil neste ano.
Calote editorial
O
calote da Saraiva e da Cultura, redes de livrarias que já foram as
maiores do Brasil e se encontram atualmente em recuperação judicial,
bateu a marca de R$ 300 milhões, somente às editoras de livros. Fato
importante: nenhuma editora faliu com o revés.
De Miguel Alves para o mundo
Modelos,
como outras profissões, viram suas ofertas de trabalho diminuírem na
pandemia, com a interrupção dos desfiles de moda. Mas uma das mais
requisitadas do Brasil, Laís Ribeiro, não tem do que reclamar. Ela, que
chegou a vender galões de água na adolescência em Miguel Alves, cidade
rural no interior do Piauí, desembarca no fim de janeiro no Brasil,
direto de Miami, onde mora. Vai fotografar a campanha de uma grife de
moda no Pantanal. Renovou também contrato com a Donna Karan, em que será
o rosto do perfume, e estrelará nova campanha da Animale no Brasil.
Antes da pandemia, Laís chegou a faturar R$ 11 milhões em 12 meses.
E
não só de trabalho vive Laís. Ela vem ao país para preparar a cerimônia
de casamento, que acontecerá em agosto, em Trancoso, na Bahia. O noivo é
Joakim Noah, astro do basquete norte-americano e atual embaixador do
Chicago Bulls. Noah fechou um dos maiores contratos da história da NBA,
em torno de R$ 400 milhões.
Criptomoedas nas eleições
O
anúncio do prefeito Eduardo Paes de que pretende criar uma criptomoeda
carioca reforçou em especialistas a importância de a tecnologia ser
discutida também para as eleições. “As criptomoedas são uma tendência,
até em órgãos públicos, mas ainda não são regulamentadas para as
eleições”, diz o contador Guilherme Sturm, criador da startup Essent
Jus, responsável por montar a primeira rede de contabilidade eleitoral
100% digital. O uso das criptomoedas poderia servir, diz Sturm, para
doações e pagamentos de despesas eleitorais. Ele desembarca em fevereiro
no Rio de Janeiro para o Esquenta Essent Jus Experience, evento que
discutirá as criptomoedas e tendências para as eleições, além de
estratégias de ferramentas de contabilidade eleitoral para os partidos. A
iniciativa é uma prévia do evento nacional, que será realizado em março
em Brasília, com especialistas da área eleitoral.
Fora da cadeia
Uma
colunista carioca descreveu a viagem ao Rio de Janeiro de José Dirceu
nesta semana: “O ex-ministro chegou ao Rio com sua linda mulher, Simone,
(…) foram provar o arroz de pato famoso e as sobremesas portuguesas do
restaurante sucessor do antigo Antiquarius” — um dos mais caros da
cidade. No mês passado, Dirceu disse que o PT quer ganhar as eleições
presidenciais para criar as bases de um projeto socialista. Como
escreveu o jornalista Silvio Navarro na mais recente edição de Oeste, eles voltaram.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário