sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Recusa de ajuda para a Bahia repercute no meio político

 


Ministro da Cidadania justificou decisão do governo federal de não contar com profissionais argentinos


Tribuna da Bahia, Salvador
31/12/2021 06:00 | Atualizado há 14 horas e 26 minutosCompartilhe

Foto: Divulgação

Por Henrique Brinco 

O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), afirmou que a ajuda argentina não seria necessária em função de o Estado já contar com profissionais especializados. "O Governo Federal agradeceu. Eram 10 profissionais da Argentina", iniciou, em entrevista à TV Bahia. "Sob esse aspecto, a situação está sob controle atualmente na Bahia. Atualmente, outras ajudas estão vindo. Como, por exemplo, a ajuda do Japão com abrigo para pessoas que estão desalojadas, paras as pessoas que perderam tudo - fogão, geladeira... - e que estão fora de suas casas. Esse é o momento de acolhimento dessas pessoas". 

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), que se aproximou de Bolsonaro no último ano e que até o convidou para a inauguração do modal do BRT da capital, por sua vez, declarou que "nada surpreende mais nesse governo federal". "Não quero me envolver em polêmicas. Mas, quando a gente pensa que o governo vai tomar uma posição, ele toma outra", disse o gestor à Rádio Digital Salvador. 

A deputada federal baiana Dayane Pimentel (PSL), que ajudou na campanha de Bolsonaro em 2018 e agora está na oposição, afirmou que a decisão é "revoltante". "Vários estados em estado de emergência, calamidade, mais de 70 mil famílias desabrigadas, e o presidente se comportando como um alucinado. Ele inclusive rejeitou ajuda da Argentina para a Bahia que vive uma verdadeira tragédia. É revoltante! Bolsonaro é o cumulo da mediocridade." 

Nacionalmente, o assunto também foi alvo de comentários de lideranças. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), se mostrou "chocado" com a decisão. "Isso é absolutamente vil e repugnante. Fazer politicagem rasteira negando ajuda ao povo da Bahia. Espero que mudem de ideia amanhã. Ou que a Justiça mais uma vez anule essa decisão administrativa imoral", escreveu. 

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) acusou o presidente de se achar "acima do bem e do mal, dono do destino do Brasil e dos brasileiros". "O presidente criminoso acaba de recusar ajuda humanitária da Argentina para os flagelados baianos, assim como fizera com a Venezuela, no ápice da falta de oxigênio em Manaus", vociferou. 

Ex-apoiador do presidente, João Amoedo (Novo) acusou a gestão de "descaso". "Enquanto o presidente segue de férias, o governo nega ajuda humanitária da Argentina à Bahia por questões políticas. (...) As ambições eleitorais de Bolsonaro e o seu descaso com os brasileiros custam vidas", afirmou. O presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também se pronunciou: "Não bastasse tirar férias enquanto o povo da Bahia sofre sem teto e comida e mentir sobre a verba de socorro aos desabrigados, agora Bolsonaro recusa ajuda humanitária da Argentina. Como pode alguém ser tão ruim?" 



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