quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

O PENSAMENTO MÁGICO É VERMELHO

 


Alex Pipkin, PhD


O idealismo e o bom-mocismo na narrativa política são puros e sedutores; na retórica demagógica, passíveis de atingimento.

Nos espaços econômicos e sociais em que persistem políticas econômicas disfarçadas de capitalismo, cenário característico de economias latino-americanas, verdadeiramente dignas de cleptocracias, as narrativas contra as debilidades e as disfunções do capitalismo de compadres e do intervencionismo estatal são facilmente demonizadas. Genuinamente, isso se constitui em um banquete - com vinhos finos premiados e lagostas - para que a grande mídia exerça sua apologia às políticas coletivizantes.

Claro que o fermento escarlate não advém exclusivamente desse tipo de mídia. As universidades transformaram-se em centros de doutrinação e de encenação contra o “capitalismo sangrento” (procure, ache e compare a terrível desproporção com a literatura referente às ideias liberais). Combinado com o idealismo e o descontentamento juvenil, o circo - sério - vermelho está montado.

A gurizada também deseja pertencimento junto aos “modernos” e revolucionários grupos adornados por camisas e bonés de Che Guevara.. Interessante perceber que os jovens que berram por liberdade e, especialmente, seus companheiros ideológicos, são míopes frente às atrocidades e ao autoritarismo de regimes socialistas, tais como o da Venezuela e de Cuba, por exemplo. Democracia e Estado de Direito existem somente quando a cor do poder é vermelha.

Objetivamente, o capitalismo de verdade - “não selvagem” - é aquele caracterizado por uma economia de mercado, com livre concorrência, com segurança jurídica aos contratos estabelecidos entre as partes, e com a presença de um Estado limitado, austero, eficiente, realizando suas funções precípuas gastando menos - não mais - dinheiro do contribuinte.

Inequivocamente isso pressupõe impostos mais baixos, que favoreçam uma economia forte e proporcionem mais renda e liberdade de escolha aos consumidores.

A pandemia da Covid-19 atiçou os ânimos e as bandeiras por um Estado ainda maior do que os mastodônticos, em consequência das retóricas populistas e demagógicas de autoridades estatais.

Sem dúvida, as políticas emergenciais foram necessárias; evidentemente, programas sociais inteligentes são indispensáveis. Porém a turma vermelha, bom-mocista do pensamento mágico, crê no maná e em territórios em que inexistem limites econômicos ou fiscais para a ação pública.

O pensamento mágico anda voando mais alto.

Ele chega ao poder trazendo uma sensação de liberação das amarras e das injustiças dos capitalistas sem coração. No início é uma festa, mas sabemos onde governos coletivizantes terminam.

Não há almoço grátis, a sobremesa das políticas de identidade divide as mesas e não enche as barrigas. A tatuagem é a do desperdício! A característica farra econômica e fiscal sempre cobra um preço alto em termos de inflação e, portanto, preços de produtos e serviços mais altos e impostos mais altos. A dívida pública é verdadeiramente a grande herança que esses governos idealistas e bondosos deixam para gerações de jovens idealistas.

O pensamento mágico despreza a realidade e nunca anda de mãos dadas com os fatos, estes são infalsificáveis, predestinados a prevalecerem!
Veremos a seguir…

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