quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Magno Malta ,ex-‘vice dos sonhos’ em 2018, volta a ser amigo do presidente Bolsonaro


Em Roraima. Ex-senador Magno Malta com Bolsonaro após reaproximação Foto: Isac Nóbrega / PR

Magno Malta voltou a acompanhar Bolsonaro nas viagens

Jussara Soares
O Globo

 De “vice dos sonhos” de Jair Bolsonaro na pré-campanha em 2018 a preterido como ministro logo após a eleição, o ex-senador Magno Malta (PL-ES) está de volta ao círculo presidencial após mais de dois anos afastado. Responsável por ajudar a abrir a porta das igrejas evangélicas a Bolsonaro, Malta selou a reconciliação com uma oração no Palácio do Planalto há seis meses. Reconquistou o posto de aliado, voltou a viajar pelo país com o presidente e teve a promessa de apoio para tentar retornar ao Senado em 2022.

A reaproximação foi patrocinada pelo pastor Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. O religioso sugeriu que Bolsonaro procurasse Malta, que jamais expôs mágoas em público, mesmo alijado do governo. Na hora, o presidente, pelo telefone do pastor, fez uma chamada de vídeo com o ex-senador. Sem falar do passado, convidou Malta para ir ao Planalto.

TUDO COMO ANTES — “Como sempre aconteceu, orei com ele, demos um abraço e mais nada que isso. Falamos do momento do Brasil, das lutas e das dificuldades” — disse Malta. “ Naquele momento nós passamos a nos falar, nos encontrar, fazer a mesma coisa que eu sempre fiz antes. Se eu puder ser útil em algum momento, conversar, falar, dar algum palpite que seja interessante e orar junto, eu estou próximo”.

Depois das pazes, Malta já acompanhou Bolsonaro em viagens a Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Na semana passada, esteve em Roraima e no Amazonas e foi elogiado duas vezes pelo presidente em eventos evangélicos em Manaus.

“Aqui (está) o Magno Malta, que, por opção dele, não foi meu vice-presidente. Que falta faz o Magno Malta lá no Senado Federal” — disse Bolsonaro na última quarta-feira.

Filiado ao PL (na época, chamado de PR), o então senador abriu mão de ser vice de Bolsonaro em 2018, quando seu partido definiu apoio ao candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

Apesar disso, manteve-se próximo e era figura frequente no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde o então candidato ficou internado após levar uma facada em Juiz de Fora (MG). O empenho na campanha presidencial foi apontado mais tarde como um dos motivos para Malta perder a reeleição.

Derrotado, Malta não arredou pé do lado de Bolsonaro, alimentou a esperança de ser ministro e fez uma oração, transmitida ao vivo pelas emissoras de televisão, enquanto o Brasil aguardava o pronunciamento do presidente eleito.

ASSESSORA DALMARES – O prestígio daquele momento, porém, não garantiu um cargo. Pior, Malta foi surpreendido quando sua assessora Damares Alves ficou com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. A exclusão do ex-senador do governo é atribuída à primeira-dama Michelle Bolsonaro, amiga da ministra Damares.

Magno Malta, por sua vez, não olha para trás: — Bolsonaro é meu amigo, acredito nele, nas pautas que ele defende. Caminhei com ele e continuo caminhando — disse, de novo, o aliado do presidente.


 

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