São Paulo, outubro de 2021 - Um evento de proporções
mundiais para discutir soluções para os problemas climáticos, como é o
caso da COP 26 (Conferência do Clima da ONU, em Glasgow, que começa dia
31 na Escócia), tem relação com o trabalho de startups de inovação? A
resposta é sim, de acordo com Suelma Rosa, head de Assuntos
Corporativos, Governamentais e de Sustentabilidade da Unilever, que
participou, ao lado de Lana Pinheiro, jornalista da Istoé Dinheiro, do
Talk Show de abertura do segundo dia do Digitalks Executive sob o tema
“COP 26: o compromisso das empresas para melhorar a saúde do planeta”.
De acordo com a executiva, marcas com propósito crescem e duram
ao longo dos anos e pessoas com propósito prosperam. “Os problemas
climáticos são de todos. Se de um lado temos a Unilever se posicionando
como líder global em negócios sustentáveis e para cocriação de uma
economia voltada à sustentabilidade, de outro tempos empresas de menor
porte, startups e cada pessoa que podem contribuir com atitudes no seu
dia a dia e realmente fazer a diferença”, destacou Suelma.
“A transformação para uma economia de baixo carbono não é
mais só uma questão de ativismo, mas de ciência e de sobrevivência do
planeta, das pessoas, dos negócios e das empresas.”
O Brasil, na análise de Suelma, terá participação importante no
evento climático graças à tradição diplomática do país num ambiente
colaborativo como é a COP 26. “Os governos dos EUA e Europa lideram o
processo de mobilização da sociedade juntamente com jovens e até
adolescentes engajados, uma vez que a juventude sempre foi a força
transformadora da humanidade. A expectativa é que a conferência crie
compromissos com a agenda e que o Brasil possa colaborar. O impacto
social do evento é mais importante que a conjuntura”, analisou.
A preservação do planeta já é discutida com intensidade há pelo
menos 30 anos, mas com o contexto atual, ainda mais afetado pela
pandemia, destacou Suelma, ficou ainda mais visível e urgente que o
tema já não é mais algo a ser resolvido no futuro, mas para ser sanado
agora, com envolvimento de todos. “Já se vêem os impactos do
desequilíbrio em diferentes níveis em comunidades por todo o planeta,
como furacões, enchentes, secas, avanço do mar e subida nos níveis dos
oceanos. A mitigação e manutenção da elevação de temperatura do globo
em no máximo 1,5°C é o primeiro passo, mas é necessário ainda discutir
as adaptações para as mudanças que estão em curso, gerar mobilização
financeira para viabilizar as soluções e aumentar a participação da
sociedade e do setor privado”, enumerou a executiva.
A Unilever, como companhia de alcance mundial, faz o investimento
necessário e, de acordo com a executiva, o que em 2010 foi um plano
de sustentabilidade bem estruturado, hoje avançou para um
direcionamento estratégico que permeia todas as atividades da empresa.
“O plano de sustentabilidade é nosso plano estratégico. Composto por 37
metas claras e uma delas, de curto prazo: de estruturar a economia
circular de plástico até 2025 para assegurar a circularidade,
reciclabilidade e redução de uso de plástico, com muito investimento e
dedicação em design de embalagens, tecnologia para desenvolver outros
tipos de materiais e outras iniciativas”, explicou. No entanto,
empresas menores e pequenos empreendedores podem e devem fazer parte de
todo esse movimento, assegura Suelma Rosa. “É preciso que inovem,
criem, tragam novas soluções para novas demandas. O trabalho das
startups e pequenos empreendedores é fundamental em toda essa cadeia
até porque determinados tipos de produtos e ecossistemas de trabalho só
são viáveis com pequenos produtores, como é o caso de alimentos
orgânicos”, destacou a executiva da Unilever.
As mulheres no mundo digital
No painel “Como capacitar a nova geração de mulheres líderes no
digital?”, Ana Barros, fundadora da Martech Digital, destacou uma das
principais soft skills da liderança feminina no mundo digital: a
capacidade de gestão de tempo. “Nós, mulheres, somos multitarefas -
empreendedoras, mães, donas de casa, esposa, amiga. Enfim, assumimos
muitos personagens ao mesmo tempo e conseguimos ter essa capacidade de
gestão do tempo.”
Também participaram do debate Fernanda Esposito, head de
Franchising da Atlantic Hub, e Bianca Cerveira, gerente de Marketing
de Produtos da Siemens. As três ressaltaram a importância de
mobilização da sociedade para que todos possam ocupar os mesmos espaços,
não apenas de gênero, mas também racial.
“A empresa precisa praticar diferentes avaliações nas pessoas e
entender que cada uma tem uma característica diferente que pode agregar
à equipe. Existem pessoas que se dedicam mais pontualmente a um certo
tipo de conteúdo técnico, enquanto outras conseguem olhar para a gestão
de trabalhos em grupo. O grande ponto é: revisitem o seu propósito,
olhem para as pessoas além de ser homem ou mulher, mas olhem para suas
características e perfis, seus potenciais. É importante que esse tipo de
comportamento e pensamento façam parte da cultura organizacional, que
elas tenham essa opção de igualdade e entendam que as pessoas se
complementam pelos seus diferentes perfis”, disse Ana Barros.
Outro ponto abordado durante o painel é como o mundo digital
elimina barreiras geográficas, uma vez que é possível abrir uma empresa
e interagir em qualquer lugar do mundo. As empresas estão vivendo
cenários em que há múltiplas gerações dentro de uma mesma empresa, com
as mulheres assumindo cada vez mais protagonismo no ambiente digital.
“A pandemia impulsionou o ensino à distância e valorizou essas trocas
no digital. Além disso, nos incentiva a seguir diferentes mulheres que
são grandes exemplos e líderes nas redes sociais, que nos inspiram e
nos empoderam cada vez mais”, destacou Bianca.
Para as mulheres que estão iniciando negócios no digital, as
painelistas deram algumas dicas: é importante paciência, dedicação e
plano de desenvolvimento para sua carreira. “Estejam próximas de
pessoas que impulsionem e apoiem seu plano na vida pessoal e
profissional, que sejam verdadeiros parceiros de trabalho. Valorizem as
mulheres, tirem as barreiras e inspirem outras mulheres. Não tenham
medo de se valorizarem, façam uma viagem em seu interior, descubram seu
propósito. A partir disso, criem um plano de desenvolvimento
individual, tanto pessoal, quanto profissional e acadêmico. Nós temos
tempo e conseguimos gerenciar esse tempo; não deixem de estudar, de
trabalhar, de serem mães e o que quiserem. Estejam rodeadas de pessoas
otimistas e tirem do lado o que é tóxico. É possível seguir a estrada
quando se tem valores bem definidos”, complementaram as executivas.
Smart Cities: Como os setores público e privado podem trabalhar juntos?
Esse foi o questionamento que Carolina Morales, CMO da Átimo,
realizou a Ailtom Nascimento, VP executivo do Grupo Stefanini, e a
Paulo André Domingos, CEO do Itaú iCarro, que participaram do painel
“Smart city e dados”. Segundo Paulo André, a cooperação é fundamental e
precisa ser construída passo a passo. Já Ailtom Nascimento pontuou a
importância de o setor público patrocinar esses projetos em parceria
com as empresas. “Precisamos de informações fluidas para oferta de
serviços públicos de qualidade dentro desse contexto de smart cities”,
enfantizou o VP da Stefanini. Os dois citaram Estônia e Cingapura como
exemplos de governos digitais que podem inspirar outros projetos de
smart cities.
O painel discutiu ainda como os dados são insumo essencial para
colocar em prática a criação das smart cities. Outra questão importante
é como atuar neste momento de desconfiança no compartilhamento de
informações e como trazer para esta realidade os fundamentos da Lei
Geral de Proteção de Dados (LGPD). “As pessoas precisam ser
responsáveis pelos seus próprios dados. É uma questão de
conscientização que precisa ser difundida em toda a sociedade para
evitar riscos”, frisou Ailtom Nascimento.
Corrigir o abismo digital no Brasil é essencial para o país inteiro
Renato Meirelles, pai da Helena, otimista tecnológico e presidente do
Instituto de Pesquisa Locomotiva, amarrou todo o debate do dia com um
questionamento muito importante, também nos âmbitos público e privado: o
abismo digital no Brasil é grave e agrava a desigualdade nacional.
Dentro da reflexão colocada por ele há um problema, mas também existe a
solução. Segundo o professor, pesquisador e ativista, investir em
internet para todos é uma das chaves para reverter o grande abismo de
classe, de raça, e consequentemente, social, que vive o país, promovendo
oportunidade de geração de renda para quem vive às margens.
A pandemia escancarou verdades como os déficits de infraestrutura e
de letramento digital que contribuem para a piora na educação de grande
parte da população brasileira. Os dados da pesquisa, feita
recentemente pela Locomotiva em parceria com a PWC, mostram que dentro
da Classe A, com 3,5% dos brasileiros, 99,8% acessam a internet; na
classe C a porcentagem cai para 91%; e apenas 64% nas classes D e E.
Além disso, 86% dos brasileiros acessam a internet na área urbana e
dois terços acessam na área rural. “Os dados deixam claro que todas as
desigualdades existentes no nosso país ainda dialogam com a internet.
Quando se olha para a questão racial, 83% dos brancos acessam a
internet, enquanto apenas 75% dos negros têm esse privilégio. O gap
digital no Brasil tem rosto e cor”, reforça Meirelles.
“A desigualdade de acesso à internet nos provoca a
desenvolver políticas públicas e privadas para democratizar o perfil do
internauta no Brasil. Consertar o abismo digital é uma das principais
formas de melhorar a produtividade no mercado nacional. Essa diferença
atinge mais os mais pobres do que os mais ricos e romper com esse ciclo
é uma chance concreta de mudar essa realidade. Quando isso muda, todos
ganham no país”, finalizou Renato Meirelles.
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