sábado, 2 de outubro de 2021

POR QUE OS “DOIS”SE UNEM NO ATAQUE A SÉRGIO MORO E À TERCEIRA VIA?

 


Apesar das inúmeras e profundas divergências ideológicas e políticas que têm entre si,os  candidatos que até agora polarizaram as preferências dos eleitores  para vencer a eleição presidencial de  outubro de 2022,segundo a “mídia”,Bolsonaro e Lula, esses dois CONVERGEM  “fanaticamente”num só ponto,ou seja,  no feroz ataque que fazem à possível  “Terceira Via”,uma diferente  alternativa  capaz de competir e vencer  a eleição presidencial de 2022,considerando que a “esquerdalha” governou de 1985 até 2018,e o bolsonarismo desde 2019.

O que é certo,contudo,é que não tem “santo”nessa história, Todos almejam o “mesmo”poder,certamente muito acima dos legítimos interesses do povo brasileiro.

Apesar dessa matéria ser deveras “escorregadia”,não possibilitando nenhuma certeza,principalmente pela  deficiência de caráter da quase unanimidade  dos políticos brasileiros,sua “decodificação”,por partes,pode levar a alguns indícios ,ou  talvez certezas.

Uma das candidaturas cogitadas pela tal “terceira via” é a do ex-Juiz e Ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Bolsonaro, Sérgio Moro,talvez o principal expoente da eleição de Bolsonaro,pelas sentenças condenatórias criminais que fez de corruptos na chamada Operação  Lava Jato.

Pois bem,certamente agradecendo a “força” recebida do juiz pela sua eleição,Bolsonaro convidou e deu posse a Sérgio Moro como seu Ministro. Mas não demorou muito,o prestígio de Moro foi às “alturas”,inclusive internacionalmente,de certo modo ameaçando a “certeza” da candidatura de Bolsonaro à reeleição

Foi o que bastou para Bolsonaro criar uma situação de constrangimento muito forte  para afastar a “ameaça Moro”,desmoralizando-o publicamente,não restando ao ex-juiz outra alternativa que não o  pronto o pedido da sua demissão. Por isso na verdade Moro não pediu demissão. Foi demitido.  Mas procedeu igual a qualquer pessoa que tivesse alguma dignidade,alegando alguns que o Presidente  da República ,contra a vontade de Moro,estaria interferindo na Policia Federal,por estar  contrariando “vontades” pessoais do Presidente. E Moro acabou denunciando essa “manobra” no foro competente,passando a ser acusado,publicamente,de “traidor”,simplesmente pela sua decência em apontar tais “interferências”. Moro  passou em pouco tempo de “mocinho” a “bandido” do Governo que ajudara decisivamente  a eleger.

Se Sérgio Moro tinha inimigos “mortais”,corruptos de esquerda e de direita colaboradores dos antigos governos,a partir desse episódio passou a ter um inimigo mais “feroz” ainda,e justamente aquele a quem tanto ajudou.

Hoje o bolsonarismo ataca muito mais  Sérgio Moro do que os corruptos que ele mandou prender e o STF soltou e anulou as condenações.

Mas há uma outra situação que deve ser ponderada. Uma determinada facção “meia-sola” de esquerda ,também aspirante ao poder,e alijada pelo “lulopetismo,acabou “pescando” Moro na sua rede.

E como a notória falta de caráter da esquerda consegue montar qualquer “armadilha” que lhe favoreça,devemos considerar a possibilidade dessa tal “terceira via”  fazer o mesmo papel eleitoral acordado  em 1993,no “Pacto de Princeton”,assinado nos Estados Unidos, por Lula,em nome do PT e do Foro San Pablo, e Fernando Henrique Cardoso,em nome do Diálogo Internacional,que seguiu fielmente  a “estratégia das tesouras”,concebida  por Hegel e Karl Marx,pela qual a esquerda sempre concorreria com dois candidatos,um radical (de esquerda),e outro moderado,desse modo polarizando a vitória dentro da própria  esquerda. Não custa lembrar que a esquerda governou alternando o PSDB e o PT de 1995 até 2016,dois anos menos por cauda do impeachment de Dilma Rousseff.

Onde estaria a verdade?

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado e Sociólogo

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