segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Guedes ataca Maílson, Pastore e Meirelles: 'não fizeram nada'

 


As declarações de Guedes foram feitas ao lado do próprio Bolsonaro, no fim da manhã, em Brasília.


Tribuna da Bahia, Salvador
25/10/2021 06:00 | Atualizado há 15 horas e 34 minutos

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Foto: Agência Brasil

Por Fabrício de Castro, Do UOL

O ministro da Economia, Paulo Guedes, subiu o tom contra os críticos e atacou neste domingo, de forma direta, economistas que fizeram parte de governos anteriores. Irritado com a repercussão do furo ao teto de gastos, Guedes criticou os economistas Maílson da Nóbrega, Affonso Celso Pastore e Henrique Meirelles. Segundo Guedes, os três não fizeram "nada" enquanto ocupavam cargos na administração pública. O teto de gastos é a regra fiscal que limita a despesa pública ao Orçamento do ano anterior corrigido pela inflação. Na última quinta-feira, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios foi aprovada na Comissão Especial da Câmara, o que abriu espaço para o furo no teto de gastos em 2022, ano em que Jair Bolsonaro tentará a reeleição. As declarações de Guedes foram feitas ao lado do próprio Bolsonaro, no fim da manhã, em Brasília. Algumas das críticas mais fortes foram direcionadas ao ex-ministro da Fazenda no governo Temer e atual secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles.

Criador do teto, Meirelles foi acusado por Guedes de promover três aumentos para o funcionalismo público, sendo que o terceiro deles já ficou sob a responsabilidade do governo de Jair Bolsonaro, em 2019. "Ele aumentou três anos seguidos o salário, calculou onde ficava o teto, para deixar de fazer esse excesso de gastos", disse Guedes. A assessoria de imprensa de Meirelles informou que ele não iria se pronunciar sobre a fala de Guedes.

Ao lado de Bolsonaro, Guedes também atacou o economista Maílson da Nóbrega, que foi ministro da Fazenda entre 1988 e 1990. De acordo com Guedes, Maílson "levou o Brasil para 5.000% de inflação, com a política do feijão com arroz dele". "Então, ele levou o governo brasileiro ao caos, à hiperinflação", completou. Na última sexta-feira, quando tratou do teto de gastos ao lado de Bolsonaro, em pronunciamento no Ministério da Economia, Guedes já havia demonstrado desconforto com as declarações de Maílson dadas à imprensa, nas quais ele criticava o governo e o estouro do teto de gastos..

Na ocasião, no entanto, Guedes não havia citado diretamente o nome de Maílson, apesar de ter mencionado a hiperinflação. Em 1989, a inflação no Brasil ficou próxima de 2.000%. Atualmente, o IPCA - o índice oficial de preços - acumula alta de 10,25% nos 12 meses até setembro. Economistas e profissionais do mercado financeiro têm alertado para o risco de descontrole dos preços em função das dificuldades do governo no controle de despesas..

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