quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Terceira dose da vacina Israel reacende a esperança para frear a pandemia da Covid-19 no mundo

 



Para a doutora em ciências Camila Romano, o país finalmente observa uma queda no número de casos graves e mortes em pessoas acima dos 60 anos. A esperança é o mesmo efeito no Brasil


Era junho de 2021 e Israel, país de pouco mais de nove milhões de habitantes localizado no Oriente Médio, celebrava a notável queda nas taxas de internações e mortes causadas pela Covid-19. Fruto da campanha de vacinação, que avançava rapidamente no país e servia de exemplo, sendo observada pelo mundo inteiro. Se os números mostravam pouco mais de dez casos por dia da doença, em julho a variante Delta desafiou a população e elevou os dados para mais de mil casos diários. Os estudos apontavam uma queda na eficácia da vacina, consequência da do tempo passado desde a vacinação e das variações do vírus. Foi então que o governo israelense optou por agir rapidamente, oferecendo uma dose de reforço para as pessoas residentes no país.


Mais de dois milhões de cidadãos já tomaram a terceira dose no país e atualmente qualquer pessoa acima de 12 anos que já tenha cinco meses após a segunda dose pode receber o reforço vacinal, toda população elegível para o imunizante. “Temos 33% da população global com ao menos uma dose da vacina, o que é muito pouco, ainda mais se considerarmos as diferenças brutais entre países. Na América do Sul, Uruguai e Chile são os mais avançados. Israel, que começou seu programa de vacinação bem cedo,está com a terceira dose em curso e finalmente observando uma queda no número de casos graves e óbitos em pessoas acima dos 60 anos”, explica Camila Romano, doutora em ciências e pesquisadora do Laboratório de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da USP.


Ainda segundo Romano, segue sendo correto afirmar que todas as vacinas protegem de infecção grave, hospitalização e morte, com diferentes taxas, acima de 90%. “Essa proteção tende a diminuir com o tempo após a imunização completa e isso pode ser ainda mais crítico frente à variante Delta. Aparentemente há uma queda da efetividade vacinal em locais onde a Delta se tornou predominante. É difícil saber exatamente o quanto disso é culpa da variante ou do tempo decorrente da vacinação”, explica. Em Israel, embora o número de casos na última semana de agosto esteja maior do que o auge da terceira onda, em janeiro, nota-se que a “onda pós-vacina” tem menos casos sérios e mortes, que é predominante em pessoas ainda não vacinadas. 


Vale destacar que no país do Oriente Médio a vacina que está sendo aplicada é da Pfizer. “Há um consenso, a partir de estudos clínicos e dados observacionais de diferentes cortes, sobre a capacidade de todas as vacinas prevenir a doença grave. Isso é um fato. Entretanto, essa proteção diminui com o tempo. Não é tanto uma questão de ‘qual vacina’, mas sim um fator inerente à proteção vacinal oferecida contra o SARS-COV-2”, finaliza Romano.


A especialista é uma das atrações do maior congresso médico online do Brasil, o SanarCon. Camila Romano vai falar exatamente sobre a necessidade do reforço da vacina contra Covid e seus desdobramentos. As inscrições para o evento, que acontece no dia 18 de setembro, são gratuitas e toda a programação é online. Além de Romano, estarão presentes nomes como Natalia Pasternak, José Alencar, Monja Coen, Álvaro Costa, Mariana Varella, Saulo Ciasca e Luis Correia. A programação e inscrições estão disponíveis em https://sanarcon.sanarmed.com/


Contatos para a Imprensa

Victor Lopes

PR Sanar

(71) 9 8141 2211 ou victor.lopes@sanar.com


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