Com
a retomada gradual às atividades, muitos concursos públicos, adiados
pela pandemia, estão com novas datas marcadas e quem almeja um novo
emprego voltou à rotina de estudos. É tempo também de estudar para as
provas do Enem e dos vestibulares. Além de se preocupar com o conteúdo
dos exames, a consultora educacional da Escola da Inteligência, a
psicóloga Ana Lídia Zerbinatti, alerta para a importância do preparo
emocional.
“Ser
avaliado, em qualquer contexto, é algo que comumente gera muita
ansiedade e insegurança nas pessoas. No caso de provas e concursos temos
ainda um fator da concorrência, em que a aprovação ou não pode definir o
futuro ou a carreira daquela pessoa”, destaca.
Ana
ainda aponta que durante a aplicação de uma prova há fatores
estressores, como a pressão do tempo, a incerteza do que está por vir e a
impossibilidade de recursos para consulta. “É uma situação na qual é
você com você mesmo e com seus conhecimentos adquiridos. Portanto,
aqueles que não estão preparados emocionalmente para lidar com estímulos
estressantes estão mais vulneráveis nesse momento”, explica a
psicóloga.
Confira
a seguir seis dicas de habilidades socioemocionais voltadas à
preparação e ao momento das avaliações. Elas valem para o Enem, provas
escolares, concursos e entrevistas de emprego:
1. Aprenda a gerenciar pensamentos e emoções. Isso
é algo que pode ser desenvolvido a qualquer momento. Essa é a riqueza
da mente humana, pois somos capazes sempre de aprender e evoluir. Quando
atitudes saudáveis são ensinadas desde cedo, há mais chance de
cristalizar esses hábitos ao longo da vida e formar adultos que estejam
mais bem preparados para enfrentar os desafios.
A
educação socioemocional – programa que a Escola da Inteligência oferece
para 300 mil estudantes brasileiros - possibilita conhecer como
funciona a mente humana, reconhecer em nós e no outro pensamentos e
atitudes que são saudáveis, além de aprender ferramentas para gerenciar
aqueles que não são saudáveis. Não tem mágica e nem uma fórmula pronta,
mas sim o ensino teórico e prático de habilidades, como empatia,
pensamento crítico, resiliência, comunicação assertiva, gestão dos
pensamentos, ente outras, que trazem maior bem-estar e qualidade nas
relações.
2. Fortaleça o pensamento crítico.
Essa é a primeira habilidade que ajuda na gestão das ideias. Os
pensamentos, conscientes ou não, são a base das nossas ações e emoções.
Quando aprendemos a reconhecer um pensamento perturbador e compreender
que ele não corresponde necessariamente à realidade, deixamos de ser
vítima desse pensamento e podemos ressignificá-lo.
Em
um contexto de prova, são aqueles pensamentos automáticos que nos fazem
achar que não somos capazes o suficiente, que não aprendemos nada, que
as pessoas que estão ali têm mais chances do que nós.
Ressignificar
esses pensamentos é lembrar de todas as vezes que fomos bem-sucedidos
em avaliações anteriores, quais as conquistas nos levaram até aquele
momento, compreender que todos que estão ali também têm suas histórias e
suas inseguranças.
3. Exercite o pensar antes de agir e reagir.
Esta é uma habilidade igualmente importante, pois quando uma emoção
inquietante nos atinge, podemos agir de maneira impulsiva e irracional.
Portanto, é fundamental aprender a ampliar nosso repertório emocional,
identificar as circunstâncias que determinada emoção nos acomete e
praticar ferramentas para não permitir que elas protagonizem em um
momento decisivo. Por exemplo, como eu me sinto em um momento de prova?
Quais são as reações do meu corpo, quais pensamentos surgem? Praticar
exercícios de respiração, de atenção plena, de contemplação e de gestão
dos pensamentos podem ajudar nesse momento.
4. Trabalhe a resiliência e a determinação. Elas
permitem a adaptação às mudanças e, também, a não sucumbir diante de um
erro. Em qualquer avaliação, estamos sujeitos a falhar. Por isso,
precisamos estar preparados para persistir, recomeçar ou até mesmo
compreender quando é o momento de recalcular a rota.
5. Desenvolva o autoconhecimento. Evite comparações e cobrança excessiva. Dica
que vale tanto durante os estudos quanto no momento da avaliação.
Gastamos muita energia emocional ao fazermos autocobranças e ao nos
compararmos com o desempenho dos outros de forma que acaba sobrando
pouca energia para focarmos no nosso próprio desempenho. Cada um tem sua
própria batalha e nosso maior concorrente somos nós mesmos. Por isso,
devemos reconhecer os nossos limites e buscarmos ser
melhores do que fomos ontem, em vez de tentar simplesmente ser melhores
que os demais. Isso acarreta também em uma falta de autocuidado com a
saúde física, em muitos casos, como virar noites estudando, não se
alimentar corretamente ou deixar de ter momentos de atividade física e
lazer. Esse tipo de comportamento deve ser evitado. Se organizar em uma
rotina de sono, alimentação saudável e atividades físicas que,
comprovadamente, influenciam em um melhor desempenho nos estudos e na
avaliação.
6. Tenha uma rotina de autocuidado. O
corpo e a mente estão intimamente relacionados. Um boa noite de sono e
uma boa alimentação no dia da prova fazem toda a diferença, uma vez que a
falta de autocuidado pode acarretar no cansaço, desatenção e até lapsos
de memória. Isso vale também para o dia anterior da avaliação. Algumas
pessoas acabam passando a noite estudando ou retomando os últimos pontos
e esse comportamento gera mais ansiedade, além do cansaço físico e
mental. Precisamos ter em mente que tudo aquilo que podíamos ter
estudado já foi feito, e a reta final é o momento de focar no seu autocuidado para garantir um melhor desempenho.
O
desenvolvimento e a prática dessas habilidades socioemocionais podem
ajudar no momento das provas, à medida que controlam a ansiedade e
aumentam a concentração. Isso vale para qualquer tipo de avaliação ou
situação decisiva da vida.
As competências socioemocionais também fazem diferença no ambiente de trabalho. Segundo os relatórios do Fórum Econômico Mundial, algumas das principais competências no mercado de trabalho hoje são o pensamento
crítico, criativo e inovador, resolução de problemas, autonomia na
aprendizagem, trabalho em equipe, flexibilidade e inteligência emocional.
O mais curioso é que raramente essas habilidades são ensinadas nos
cursos e nos livros. A Escola da Inteligência trabalha, há mais de 10
anos, essas competências e mais outras 50 habilidades com crianças e
jovens.
Em
um mundo cada vez mais conectado e com o excesso de informações na
palma da mão, o diferencial é saber transformar informações em
conhecimentos e soluções inovadoras não somente às empresas, mas também
para a sociedade e o planeta como um todo. Todas as competências nos
permitem expandir o horizonte para além do nosso ecossistema e pensar no
impacto das nossas ações no médio e longo prazo de forma a garantir um
ambiente de trabalho mais saudável. Mais do que máquinas que sabem
processar dados e executar processos com perfeição, as empresas buscam pessoas que tenham esse olhar mais amplo do seu impacto na sociedade.
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