A brasileira é a primeira mulher a chegar em uma decisão paralímpica na história do tênis de mesa nacional
Foto: Miriam Jeske/CPB
Só de entrar no Ginásio Metropolitano de Tóquio para disputar a final do tênis de mesa pela classe 10 contra a australiana Qian Yang, às 6h45 (de Brasília) desta segunda-feira, 30, Bruna Alexandre já vai fazer história. Independente do resultado, a brasileira é a primeira mulher a chegar em uma decisão paralímpica na história do tênis de mesa nacional. Se vencer, será o primeiro ouro do Brasil na modalidade em jogos paralímpicos.
A tarefa, porém, não será fácil. A brasileira
vai enfrentar uma adversária confiante, que conseguiu o incrível feito
de derrotar, na semifinal, a polonesa Natalia Partyka, tetracampeã
paralímpica e soberana da modalidade — conquistou o ouro em todas as
edições dos jogos, desde Atenas em 2004. Para chegar à final, Bruna
derrotou, de virada, a mesa-tenista Tien Shiau Wen, de Taipei, por 3 a
1. E antes disso, bateu a australiana Melissa Tapper, número 2 do
Ranking Mundial, com folgados 3 a 0.
Bruna já
havia atingido uma marca importante em 2016. Na Paralimpíada do Rio de
Janeiro, a mesa-tenista, natural de Criciúma, Santa Catarina, se tornou a
primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha paralímpica na
modalidade. Agora com 26 anos e mais experiente — os Jogos de Tóquio são
a sua terceira Paralimpíada — Bruna demonstra que avançou
esportivamente ao garantir o segundo lugar mais alto do pódio.
“Essa
conquista não é só minha. É de todo mundo que me ajudou a chegar até
aqui. Agora é descansar e chegar preparada para essa final”, comentou a
mesa-tenista, que disputa a competição pela classe 10, destinada para
atletas andantes — quanto maior o número da classe, menor é o
comprometimento físico-motor do atleta.
Bruna
começou a jogar tênis de mesa aos 12 anos, e não demorou para começar a
competir. Mesmo sem o braço direito, amputado aos seis meses de vida por
conta de uma trombose que ela adquiriu depois de uma injeção mal
aplicada, ela disputava torneios de tênis de mesa convencional. Em 2009,
participou da sua primeira competição paralímpica internacional, em
Brasília.
A partir dali, Bruna só cresceu. Aos 17
anos, ela já integrava a equipe brasileira que foi a Londres para os
jogos paralímpicos de 2012, onde não conseguiu subir ao pódio. Dois anos
mais tarde, em 2014, conseguiu medalha de bronze no Mundial da China.
Depois de sair com duas medalhas de bronze na Rio-2016, Bruna não se
dedicou a aprimorar somente a parte técnica do seu jogo. Na época, a
mesa-tenista já tratava a perda de peso como um dos focos da sua
carreira, e conseguiu perder 20 quilos antes de chegar a Tóquio.
Com
a prata garantida, Bruna, reconhecida pelo talento e por ser
mentalmente diferenciada, ainda terá anos de trajetória na modalidade
para assinar o seu nome, com ainda mais força, na história do tênis de
mesa brasileiro
Fonte: Estadão Conteúdo
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