O coronel Roberto Criscuoli disse ao Estadão ter sido responsável por fazer a ponte entre a Davati Medical Supply, a quem Dominguetti dizia representar, com a pasta.
Foto: Reprodução / Redes Socais
Por Vinícius Valfré
O
policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que disse ter desistido de
vender vacinas ao Ministério da Saúde após receber um pedido de propina,
chegou ao governo por meio de um oficial da reserva do Exército que
integra a chamada "Abin paralela", grupo de informantes que o
presidente Jair Bolsonaro afirma manter para não depender dos órgãos
oficiais de informação. O coronel Roberto Criscuoli disse ao Estadão ter
sido responsável por fazer a ponte entre a Davati Medical Supply, a
quem Dominguetti dizia representar, com a pasta. A Davati, porém, nega
que o policial tenha qualquer relação com a empresa.
"Eu fui
procurado por um representante da empresa uma vez num hotel. Vieram
falando que era porque eu conhecia muita gente no governo. É lícito
vender vacinas, é um item que o governo estava comprando. Mas, como não
sou lobista, só disse para procurarem o Rodrigo", disse o militar
ao Estadão. O contato do coronel é Rodrigo de Lima Padilha, funcionário
terceirizado do Ministério da Saúde ligado ao coronel Pedro Geraldo
Pinheiro dos Santos, à época diretor do Departamento de Economia da
Saúde, Investimentos e Desenvolvimento do ministério (DESID) - agora,
superintendente da pasta no Rio de Janeiro.
Criscuoli,
porém, afirmou não se lembrar do nome da pessoa que o procurou dizendo
ser representante da empresa. Em entrevista ao jornal Folha de S.
Paulo, Dominguetti disse ter aberto negociação com o governo em nome da
Davati para vender 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. Segundo
ele, o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto
Ferreira Dias, cobrou propina de US$ 1 por dose para que a negociação
avançasse, o que acabou não ocorrendo.
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