Rio de Janeiro, 28 de maio de 2021 –
Na manhã desta sexta-feira (28/5), a Federação Única dos Petroleiros
(FUP), o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) e
o Sindicato dos Petroleiros de Caxias (Sindipetro Caxias) realizaram
mais uma ação da campanha “Combustíveis a Preço Justo”. Dessa vez, foram
comercializados 350 botijões de gás de cozinha por 40 reais na
comunidade do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (ver fotos abaixo).
Houve ainda distribuição de máscaras para prevenção da Covid-19, além
de higienização das mãos do público com alcool gel e manutenção de
distanciamento social para garantir a segurança.
Além
de dar um alívio ao bolso do consumidor – o botijão de gás costuma ser
vendido por cerca de 80 reais na região –, a ação é uma estratégia dos
petroleiros de dialogar com a população sobre como a política de preços
dos reajustes dos combustíveis baseada no Preço de Paridade de
Importação (PPI), adotada pela Petrobrás desde outubro de 2016. Essa
política impacta não apenas o valor dos derivados de petróleo, mas
também os preços dos alimentos, transportes e demais itens, num efeito
cascata com forte impacto sobre a inflação.
Segundo
Cloviomar Cararine, economista da seção FUP do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o
botijão de gás teve alta de 22,8% nos primeiros quatro meses deste ano
nas refinarias da Petrobrás. A gasolina subiu 40% e o óleo diesel,
33,6%.
“Estas altas são sentidas no bolso. No mesmo período, segundo o IPCA/IBGE (índice oficial de inflação do país), o gás de cozinha apresentou crescimento de 12,85%. Já a gasolina subiu 21,22% e o diesel 17,79%”, explica Cararine.
Presente
na ação do Rio, o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar lembrou que
os preços do botijão vêm disparando em vários lugares do país.
“De
2003 a 2013, o gás de cozinha custou entre 33 e 36 reais. A partir de
2016, assim que Michel Temer assumiu a presidência, mudou a política de
preços dos combustíveis da Petrobrás. Foi quando os combustíveis e gás
de cozinha começaram a subir sem controle, o que causou a greve dos
caminhoneiros em 2018 que parou o país. Mas a gestão da Petrobrás
continua insistindo em acompanhar o mercado internacional, mesmo usando
petróleo brasileiro, em suas refinarias. Tem lugares no Brasil hoje que o
gás custa até 125 reais."
O
diretor do Sindipetro-Caxias, Luciano Santos, fez um balanço das ações
que o sindicato, em parceria com o Sindipetro-NF e a FUP, vêm promovendo
no Rio de Janeiro.
"Já
conseguimos colocar nas comunidades daqui da região mais de mil
botijões a preço justo, desde fevereiro. É uma forma de ajudar a
população durante este governo, que se preocupa mais com o lucro dos
ricos do que com a sobrevivência dos pobres."
DIFERENTES LUGARES, SUFOCO IGUAL
Durante
as ações, que são realizadas pela FUP e seus sindicatos em diversos
estados do país, petroleiros e petroleiras conversam com as pessoas que
aproveitam a oferta de combustíveis a preço justo para conhecer um pouco
de suas histórias. Em comum, todos falam de sua tremenda dificuldade em
pagar pelos combustíveis, cujos preços não param de subir.
No
caso do gás de cozinha, a situação é ainda mais dramática, já que se
trata de um produto consumido pela maioria de brasileiros e brasileiras
para preparar comida. Os relatos de pessoas que estão substituindo o
produto por lenha por falta de dinheiro se multiplicam de norte a sul do
país. E não seria diferente no Batan.
Verônica
Lopes de Carvalho é “cria” do Batan, como ela mesma se define. Com 46
anos, está desempregada, mas comemora o fato de o marido ter conseguido
trabalho recentemente. O casal, que tem um filho, vem sofrendo na hora
de comprar o gás para cozinhar. “Por isso essa ação ajuda bastante”, diz
ela.
Daniele
Batista, 32, mora com o marido e a enteada há cinco anos na comunidade.
Também desempregada, ela conta que o marido conseguiu trabalho na
segunda-feira passada. “Graças a Deus ele conseguiu esse serviço, porque
antes disso a gente estava passando necessidade. A situação está muito
difícil, quem tem trabalho está sendo mandado embora. A gente passando
necessidade, passando fome.
SOBRE AS AÇÕES DA CAMPANHA “COMBUSTÍVEL A PREÇO JUSTO”
O
objetivo principal da campanha é conscientizar a população sobre como a
política de preços adotada pela Petrobrás desde outubro de 2016,
baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI), afeta diretamente a
vida de todos. A consequência do aumento dos combustíveis pode ser
sentida em outros setores, como o de alimentos. E impacta diretamente
toda a cadeia produtiva, pressionando a inflação.
Os
preços justos de gasolina, diesel e gás de cozinha que são ofertados
nas ações foram definidos a partir de estudos elaborados por técnicos e
economistas, levando em consideração os preços e custos da Petrobrás e a
garantia de lucratividade de empresas produtoras, distribuidoras e
revendedores. O que prova que o consumidor não precisa e não deve pagar
essa conta.
A
FUP alerta que, enquanto o Preço de Paridade de Importação (PPI)
estiver no centro da política de reajustes da Petrobrás para os
derivados do petróleo, os preços dos combustíveis vão subir com
frequência para o consumidor final.
A
forma de cálculo adotada no governo Temer, em outubro de 2016, faz com
que os preços do mercado interno acompanhem as cotações do petróleo no
mercado internacional, as oscilações do dólar e as importações de
derivados. Este cenário deve piorar se a privatização das refinarias da
Petrobrás se concretizar, aumentando o desemprego, além de fazer
disparar os preços já elevados dos derivados de petróleo.
A
campanha “Combustível a Preço Justo” foi realizada em fevereiro do ano
passado em diversas cidades do país, durante a histórica greve dos
petroleiros, que durou 20 dias – a maior desde 1995. Em 2021, A FUP e
seus sindicatos já promoveram ações da campanha em 1º de fevereiro, em
apoio à greve dos caminhoneiros, em março, em parceria com a Central
Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB), e também em abril.
CRÉDITO DAS FOTOS: Daniela Dacorso/Divulgação FUP
LEGENDAS:
1) Verônica Lopes de Carvalho
2) Daniele Bastista
3 e 4) Fotos da ação do gás a preço justo no Batan, em Realengo
5) Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, fala durante ação do gás a preço justo
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