O
deputado federal Célio Studart (PV-CE) pediu nesta quarta-feira (19) a
convocação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a do
presidente afastado do IBAMA, Eduardo Bim. O parlamentar quer
esclarecimentos sobre as denúncias que motivaram a Operação Akuanduba,
deflagrada pela Polícia Federal para apurar crimes em órgãos ambientais,
com o envolvimento de agentes públicos e empresários do ramo madeireiro
em irregularidades em processos de exportação.
Constam
nas acusações crimes como corrupção, advocacia administrativa,
prevaricação e facilitação de contrabando de madeiras. Mais de 8 mil
cargas de madeira teriam sido exportadas ilegalmente pelo suposto
esquema entre 2019 e 2020. Cerca de 160 policiais federais saíram às
ruas nesta manhã para cumprir 35 mandados de busca e apreensão, no
Distrito Federal e nos estados de São Paulo e Pará.
No
requerimento, o parlamentar defende que é necessário ouvir o ministro e
o presidente afastado do IBAMA para que expliquem as gravíssimas
denúncias que deram levaram à operação, bem como quanto aos sistemas de
controle e fiscalização do instituto, principalmente àqueles voltados
para a exportação de madeiras. Entre outros pontos, Célio quer saber os
motivos da não observância rotineira de pareceres técnicos emitidos
pelos analistas ambientais do Instituto.
Desde
2020 o deputado cearense e a bancada do PV têm realizado diversos
esforços no sentido de alertar os órgãos de controle e de fiscalizar
ações dos órgãos ambientais. Autor de dois pedidos de impeachment do
ministro, o parlamentar assina pedido de abertura de CPI do “passar a
boiada”.
“Precisamos
ouvir as considerações do ministro sobre denúncias de corrupção,
relação com tráfico de madeira e, ainda, movimentações financeiras
suspeitas apontadas pela Coaf”, ressalta o deputado.
DELINQUÊNCIA
No
último dia 3 de maio, durante participação do Ministro em audiência na
CMADS, Célio Studart questionou Ricardo Salles se não estaria sendo
criado um “estado paralelo intrapoderes da delinquência”.
Na
ocasião, Célio destacou a operação Handroanthus, na divisa do Amazonas e
Pará, que resultou na maior apreensão de madeira ilegal da história
brasileira e em queixa-crime apresentada pelo delegado Alexandre
Saraiva, ex-superintendente da PF, contra Salles. Ainda de acordo com o
parlamentar, são públicas as informações sobre os encontros do ministro
com madeireiros, parlamentares e membros do executivo.
“Vossa
Excelência é ministro do Meio Ambiente, e não da Agricultura, e sua
função é defender o meio ambiente. Ter um delegado demitido após
acusa-lo de ter favorecido grilagem, desmatamento e derrubada ilegal de
madeira, causa estranhamento”, apontou na ocasião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário