Estudo avaliou 178 mil pacientes no Brasil
Foto:
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Homens e idosos são as principais vítimas de casos graves e mortes por covid-19, segundo estudo que avaliou 178 mil pacientes no Brasil, sendo 33 mil com diagnóstico confirmado para a doença. Embora já fosse sabido que esses dois grupos eram mais suscetíveis ao novo coronavírus, é a primeira vez que essas constatações são apresentadas de maneira sistematizada, com análise de parâmetros laboratoriais de amostras de uma grande quantidade de pessoas em uma única pesquisa.
Os
resultados do estudo, liderado pelo professor da Universidade de São
Paulo (USP), Helder Nakaya, e com a participação do pesquisador da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia, Bruno Bezerril, foram descritos
em artigo publicado no International Journal of Infectious Diseases.
Além deles, a pesquisa também contou com especialistas de diversas
instituições nacionais e internacionais.
Os resultados do
estudo foram divulgados nesta segunda-feira (17) na página da Fiocruz.
Os cientistas estabeleceram um perfil laboratorial dos pacientes, com a
contagem completa de células sanguíneas, eletrólitos, metabólitos, gases
no sangue arterial, enzimas, hormônios, biomarcadores de câncer, dentre
outros.
Os resultados revelaram que pacientes idosos do sexo
masculino têm valores laboratoriais significativamente anormais,
incluindo marcadores inflamatórios mais elevados, em comparação com
mulheres idosas. Biomarcadores de inflamação, como a proteína C reativa e
ferritina, eram mais altos especialmente em homens mais velhos,
enquanto outros marcadores, como testes de função hepática anormais,
eram comuns em várias faixas etárias, exceto para mulheres jovens.
Segundo
os autores do estudo, por ser uma infecção multissistêmica, os
pacientes com a forma grave da covid-19 passam por um processo chamado
tempestade de citocinas, que é um indicativo de descontrole da
inflamação. Isso acontece quando o corpo perde a capacidade de parar
esse processo que combateria a doença, desencadeando problemas
gravíssimos.
Uma hipótese levantada pelo estudo é de que pacientes mais idosos e do sexo masculino têm tendência a ter um descontrole maior da inflamação por conta dessa tempestade de citocinas. Homens e mulheres apresentaram alterações no sistema de coagulação e níveis mais elevados de neutrófilos, proteína C reativa, lactato desidrogenase, entre outros. Estas alterações foram substancialmente afetadas com o aumento da idade, e o impacto da idade se mostrou mais relevante em homens do que em mulheres.
Fonte: Agência Brasil
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