quinta-feira, 1 de abril de 2021

Rodrigo Pacheco minimiza renúncia conjunta e vê com ‘naturalidade’ troca de comando nas Forças Armadas

 


Pacheco diz que não deve haver ‘especulação’ sobre as demissões

Daniel Weterman
Estadão

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), minimizou a troca dos comandantes das Forças Armadas. Em entrevista coletiva, o senador afirmou que vê com “naturalidade” a substituição e reforçou a confiança na preservação da Constituição e da democracia no País.

O Ministério da Defesa informou nesta terça-feira, dia 30, que todos os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica serão substituídos. A troca ocorre após o presidente Jair Bolsonaro demitir o general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa e nomear Braga Netto na função. Conforme o Estadão/Broadcast revelou, o agora ex-ministro resistiu a um alinhamento político das Forças Armadas com o governo.

“NATURALIDADE” – “Enxergo com naturalidade. Isso precisa ser tratado dentro de um universo próprio que é o das Forças Armadas, no Ministério da Defesa, sem nenhum tipo de especulação que não seja a de uma troca de comando”, afirmou Pacheco. “As Forças Armadas têm um compromisso constitucional de não promover a guerra, mas de preservar e garantir a paz”, disse o presidente do Senado, destacando que confiança na defesa da Constituição e do estado democrático de direito pelas forças.

Conforme o Estadão/Broadcast publicou mais cedo, a intenção dos três comandantes com o gesto de exoneração coletiva foi deixar claro que não dariam um passo que possa contrariar a Constituição ou caracterizar ingerência nos outros Poderes, o Judiciário e o Legislativo. Pacheco minimizou a crise, vinculando a substituição às trocas feitas por Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios.

INTENÇÃO DE BOLSONARO – “Eu não consigo antever o que é a intenção exata do presidente da República. Minha obrigação é acreditar e confiar que se trata de uma troca ministerial, de uma reforma ministerial, dentro dos limites, das prerrogativas do presidente da República em fazer suas substituições”, disse.

Perguntado sobre projeto de lei defendido pelo ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), para ampliar os poderes do presidente da República e instaurar uma condução típica de situações de guerra na pandemia, Pacheco afirmou que o foco no momento deve ser o combate à crise sanitária.

Nesta quarta-feira, dia 31, Pacheco levará ao comitê nacional criado por Bolsonaro uma proposta para incluir os profissionais de segurança e os professores do País nos grupos prioritários para a vacinação.

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