quinta-feira, 1 de abril de 2021

Manifestantes pregam ruptura democrática no aniversário do golpe de 64

 


Manifestantes se aglomeraram para pedir intervenção militar em São Paulo e no Rio de Janeiro em atos esvaziados

Tribuna da Bahia, Salvador
01/04/2021 06:00 | Atualizado há 2 horas e 47 minutos

   
Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press

Manifestantes se aglomeraram para pedir intervenção militar em São Paulo e no Rio de Janeiro em atos esvaziados nesta quarta, 31 de março, aniversário de 57 anos do golpe que instaurou a ditadura militar do Brasil. Bate-boca, insultos e até tapas foram registrados durante aos atos. Nos últimos dias, mensagens de grupos bolsonaristas convocando atos em todo o País circularam nas redes sociais, mas, até o início da tarde desta quarta, não houve registro de grandes manifestações.

Em São Paulo, o ato ocorreu na frente do Comando Militar do Sudeste, ao lado da Assembleia Legislativa do Estado. Um grupo de manifestantes tentou forçar a entrada dentro no quartel e foi contido pelos militares. O ato começou por volta das 9h e reuniu cerca de 100 manifestantes, muitos sem máscara e sem respeitar o distanciamento social recomendado para evitar a propagação do coronavírus. Eles defendiam intervenção militar com Bolsonaro no poder e gritavam palavras de ordem contra o comunismo.

O grupo ainda questionou a eficácia das vacinas contra a covid-19 e defendeu o uso de medicamentos sem eficácia comprovada. Um segundo grupo de manifestantes que se identificou como ligado à igreja católica puxou um minuto de silêncio em respeito à morte do policial militar baiano que foi morto durante um surto no qual tentou atirar contra seus próprios colegas. Um dos manifestantes afirmou que ele "deu sua vida pelo povo".

No Rio, o ato aconteceu na orla de Copacabana. Defensores de uma nova intervenção insultaram e agrediram um jovem que contestava a manifestação. Ele foi cercado e empurrado, chegou a levar tapas aos gritos de "vai pra Cuba", "maconheiro" e outras ofensas de caráter homofóbico. Uma das faixas no ato, que reuniu cerca de 100 pessoas no fim da manhã, pedia que Bolsonaro acionasse as Forças Armadas para "auxiliar o povo na defesa da liberdade e das garantias constitucionais". Apesar de motoristas buzinarem em apoio aos manifestantes, muitas pessoas o contestaram. Bolsonaro foi chamado de "genocida", e gritos pró-democracia foram ouvidos.

Outras capitais, como Belém, Natal, Palmas e Curitiba, também registraram atos esvaziados. Em Belém, a Polícia Militar dispersou os manifestantes que se aglomeravam em frente ao Quartel-General. Em Palmas, sete apoiadores de Bolsonaro compareceram em frente ao 22º Batalhão de Infantaria, na zona rural. Em Natal, o ato se deu em frente à sede do 16º Batalhão de Infantaria Motorizada do Exército (16RI), onde pelo menos 30 pessoas se reuniram para orar, entoar cânticos evangélicos e cantar o hino nacional.

Fonte: Estadão Conteúdo

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