quarta-feira, 31 de março de 2021

Pfizer anuncia que vacina é eficaz também para adolescentes

 


A vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech é extremamente eficaz em adolescentes de 12 a 15 anos, talvez até mais do que em adultos, informaram as empresas nesta quarta-feira. Nenhuma infecção foi encontrada entre os jovens que receberam o imunizante em um recente ensaio clínico, disseram os fabricantes. Eles produziram fortes respostas de anticorpos e não experimentaram efeitos colaterais graves. A Pfizer e sua parceira BioNTech também planejam iniciar já este mês o teste para sua vacina contra covid-19 que não precisa ser mantida em baixa temperatura. As informações são da agência de notícias Dow Jones. Sobre a eficacia da vacina nos adolescentes, dependendo da aprovação regulamentar, a imunização nessa faixa etária pode começar antes do início do próximo ano acadêmico nos Estados Unidos para alunos do ensino fundamental e médio, e para crianças do ensino fundamental não muito depois. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro definitivo para a vacina da Pfizer/BioNTech em fevereiro. O governo federal fechou contrato para compra do imunizante, mas ele ainda não está disponível para uso na campanha de vacinação. As empresas anunciaram os resultados em um comunicado à imprensa que não incluiu dados detalhados do ensaio, que ainda não foi revisado por pares nem publicado em um periódico científico. Ainda assim, a notícia atraiu elogios e entusiasmo de especialistas. — Estou tão feliz em ver isso, é incrível. Se o desempenho das vacinas em adultos foi ótimo, os resultados em crianças foram ainda melhores — disse Akiko Iwasaki, imunologista da Universidade de Yale. O estudo incluiu 2.260 adolescentes com idades entre 12 e 15 anos nos Estados Unidos. As crianças receberam duas doses da vacina com três semanas de intervalo — as mesmas quantidades e esquema usado para adultos — ou um placebo. Os pesquisadores registraram 18 casos de infecção por coronavírus no grupo do placebo, e nenhum entre as crianças que receberam a vacina. O baixo número de infecções torna difícil ser muito específico sobre a eficácia da vacina na população em geral, disse Angela Rasmussen, virologista afiliada à Universidade de Georgetown, em Washington. — Mas, obviamente, parece positivo para a vacina se não houve nenhum caso de Covid entre as pessoas vacinadas — acrescentou. Os adolescentes que receberam o imunizante produziram níveis muito mais altos de anticorpos, em média, em comparação com participantes de 16 a 25 anos de idade em um ensaio anterior. Os mais jovens experimentaram os mesmos efeitos colaterais menores que os participantes mais velhos, embora as empresas não tenham sido mais específicas sobre o tema. Iwasaki disse que esperava que os níveis de anticorpos em adolescentes fossem comparáveis aos de adultos jovens, mas destaca que estão sendo observados níveis ainda melhores. Mas ela e outros especialistas alertaram que a vacina pode ser menos eficaz, em qualquer faixa etária, contra algumas das variantes do coronavírus. Rasmussen afirmou que dados da vacinação em Israel sugerem que a imunização de adultos por si só pode diminuir significativamente o número de casos da Covid-19, mas “a longo prazo, para atingir o limite de imunidade do rebanho, teremos que vacinar crianças”. — Quanto mais cedo pudermos aplicar vacinas no maior número possível de pessoas, independentemente de sua idade, mais cedo poderemos realmente sentir que estamos encerrando esta pandemia para sempre — disse a virologista. A Pfizer e a BioNTech iniciaram um ensaio clínico da vacina em menores de 12 anos e começaram a vacinar crianças de 5 a 11 anos na semana passada. Os cientistas da empresa planejam começar a testar a vacina na próxima semana em crianças ainda mais novas, de 2 a 5 anos, seguido por testes entre aquelas de 6 meses a 2 anos. Os resultados desse teste de três fases são esperados para o segundo semestre do ano, e as empresas esperam disponibilizar o imunizante para menores de 12 anos no início do próximo ano. "Compartilhamos a urgência de expandir o uso de nossa vacina para outras populações e somos encorajados pelos dados de ensaios clínicos de adolescentes com idades entre 12 e 15", disse Albert Bourla, presidente e diretor executivo da Pfizer, em um comunicado.

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