A década de 1990 foi fundamental no processo de expansão da Audi. A marca alemã que ganhou respeito nos anos 1980 com o fabuloso Quattro se tornou a marca de prestígio do Grupo VW, capaz de disputar mercado com BMW e Mercedes-Benz. Se modelos como 80, 100, S2 e RS2 fizeram nome na Europa, para ganhar o mundo era preciso ir além.
E o caminho encontrado pela marca das quatro argolas foi uma seara que os rivais não sabiam explorar: o nicho de compactos. A Audi se fez valer da plataforma PQ34 da VW, que era a mesma do recém lançado A4 e também do Golf para desenvolver o A3.
Modelo levou concorrentes a terem que investir em carros pra o público jovem
O A3 era literalmente um Golf de luxo. Ambos compartilhavam quase tudo. Conjunto mecânico, arquitetura interna e, claro, a base. As medidas eram muito similares. A diferença estava era no padrão do acabamento e no lastro das quatro argolas cravadas na grade do radiador.
Sob o capô, ele era equipado com uma unidade turbo 1.8 20V de 150 cv, assim como uma versão 1.9 turbodiesel. Mas ao longo da primeira geração foram 11 propulsores com potências entre 90 e 225 cv.
O compacto não demorou a cair no gosto do público, principalmente do
consumidor mais jovem, que buscava um modelo mais refinado que o Golf,
mas que não fosse tão sisudo como o BMW Série 3 ou tão careta com um
Mercedes Classe C, de primeira geração.
No Brasil
Por aqui, bastaram alguns meses para o hatch carimbar o passaporte. O
modelo estreou pouco depois de ter sido lançado na Europa. Por aqui, o
sucesso era imediato. Na época, custava cerca de US$ 36 mil, valor
próximo ao que a Alfa Romeo cobrava por um 145. Vale lembrar que em 1996
a moeda norte-americana tinha cotação nivelada com o real.
Naquele mesmo ano a Volkswagen tinha lançado o Gol TSi, que chegou para suceder o GTS, ao preço de R$ 22 mil. Assim, o A3 despontava como um importado menos exorbitante, o que fez dele um grande sucesso.
Se por aqui o A3 fazia sucesso, na Europa a Audi sabia que precisava entregar mais vigor ao hatch. Em 1999, ela passou a oferecer o hatch com motor 1.8 de 180 cv, que também foi vendido por aqui. Em 2000, ela lançou o esportivo S3, com motor 1.8 20v, acrescido de turbo que entregava 210 cv e 28 mkgf de torque.
Esportivo S3, com motor 1.8 20v, acrescido de turbo que entregava 210 cv e 28 mkgf de torque
O S3 era um esportivo elegante. Visualmente se diferenciava pelas
rodas Avus 17 polegadas, assim como novos para-choques, saias e ponteira
dupla de escapamento. Destaque para os retrovisores cromados.
Made in Brazil
No mesmo ano, a Audi passou a fabricar o A3 no Brasil, na unidade do
Grupo VW em São José dos Pinhais (PR). O A3 nacional dividiu a linha de
montagem com o Golf (de quarta geração), que também tinha ganho
nacionalidade brasileira.
A versão brasileira do A3 era vendida com motor 1.6 de 106 cv, que também equipava o Golf. O VW, no entanto, também contava com motor 2.0 8v de 120 cv. As opções mais apimentadas do A3 continuavam vindo do exterior.
No Velho Mundo, o A3 ficou em linha até 2003, quando chegou a segunda geração. No Brasil, o hatch foi mantido até 2006.
Dez anos depois, o A3 voltou a ser fabricado no Brasil, só que na
carroceria sedã. Mais uma vez dividindo plataforma e conjunto mecânico
com o Golf (de sétima geração). Em dezembro, a Audi comunicou que
encerraria a produção do A3, mais uma vez.
No Brasil, o hatch foi mantido até 2006. Dez anos depois, o A3 voltou a ser fabricado no país
No início de fevereiro anunciou que novamente deixaria de produzir automóveis no Brasil, engrossando a lista que já tinha Mercedes-Benz e Ford. A atual geração do modelo, no entanto, será importada para cá, ainda este ano.
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