domingo, 31 de janeiro de 2021

Militares sabem que corrupção não é nenhuma novidade nas Forças Armadas do país

 




Charges Zé Dassilva | NSC Total

Charge do Zé Dassilva (Arquivo Google)

Ascânio Seleme
O Globo

Falcatruas em compras não representam a menor novidade para as Forças Armadas brasileiras. Já no longínquo ano de 1991, O Globo noticiava que o Exército havia comprado fardas e roupa de cama e banho com preços bem acima dos praticados pelo mercado. A reportagem de Ricardo Boechat e Rodrigo França Taves rendeu aos dois o prêmio Esso, maior honraria jornalística daquela época.

E agora, aparece a dona Azenate Barreto Abreu como intermediária de compras superfaturadas de leite condensado para o Ministério da Defesa. Ela nega, diz que vendeu apenas duas caixas.

NO SUBSOLO DO DF – Segundo reportagem do Jornal de Brasília, Azenate é dona de três salas no subsolo de um prédio comercial no setor Sudoeste do Distrito Federal de onde saíram R$ 45 milhões em compras governamentais. Governos corruptos, como foi o de Fernando Collor, naquele ano de 1991, podem gerar um certo enfraquecimento moral coletivo.

Em meio a essa realidade, a agressão de Bolsonaro aos jornalistas na quarta passada, quando ele mandou todos enfiarem no rabo as latas de leite condensado, mostra o tamanho da lixeira em que o presidente do Brasil vai acabar sendo jogado.

Alegando falsamente que a imprensa o acusou de comprar R$ 15 milhões em leite condensado, disse que as latas serviriam “para enfiar no rabo de jornalista”.

NÃO LÊ NADA… – Sabe qual o problema do capitão? Ele lê tudo pela ótica odienta da sua timeline. Os jornais nunca atribuíram ao presidente a compra do leite, embora tenham relatado que havia indícios de superfaturamento.

 Uma vez que não lê jornais e não assiste a telejornais, o que ele acompanhou foi a repercussão da história nas redes sociais. E então explodiu no mar de esgoto que se viu.

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