Na Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência especialistas alertam para os riscos da gestação precoce
Entre os dias 1º e 8 de fevereiro acontece a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência,
um momento de conscientização frente às estatísticas preocupantes sobre
a incidência da maternidade nesta faixa etária. Anualmente, cerca de
18% dos brasileiros nascem de mães adolescentes, o correspondente a 400
mil adolescentes grávidas. Os números alarmantes se repetem no mundo
todo, onde aproximadamente 18 milhões de adolescentes até 19 anos se
tornam mães.
O principal risco na gravidez durante a adolescência é o
da morte materna, até duas vezes mais comum nesta faixa etária. Há
também riscos de prematuridade, anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia,
depressão pós-parto, entre outros. A ginecologista e obstetra Juliana de
Biagi, do Plunes Centro Médico, de Curitiba (PR), alerta que o risco de
mortalidade acontece também devido a interrupções gestacionais. “O
índice de mortalidade aumenta no parto, pós-parto e também por abortos
clandestinos. Por isso, a melhor forma de prevenção é a adoção de
métodos contraceptivos assim que iniciar a vida sexual”, diz.
A médica reforça que os contraceptivos mais recomendados
para adolescentes, pelas organizações de saúde, são os Métodos
Contraceptivos de Longa Duração (LARCs). Ou seja, aqueles que não
precisam ser ingeridos diariamente e têm alta efetividade para prevenir
gravidezes indesejadas. O DIU de cobre, o DIU hormonal e implantes
subdérmicos (aplicados no antebraço da mulher), são algumas dessas
alternativas. Métodos de curta duração, como as pílulas diárias, têm
recomendação secundária, uma vez que entre as adolescentes é muito comum
o esquecimento ou a ingestão no dia e hora errados, elevando o índice
de falha do método.
"É importante falarmos sobre isso especialmente porque
em um país onde mais da metade das gravidezes são indesejadas, as
consequência para as jovens que se deparam com essa situação normalmente
são muito prejudiciais. Padrões de pobreza e exclusão social se
intensificam no momento em que estas deixam a escola, buscam empregos
geralmente mal remunerados e assumem o papel precoce de mãe", avalia.
A Associação Médica Brasileira (AMB) recomenda
iniciativas que disseminem medidas protetivas e educativas para reduzir
os casos de gravidez na adolescência. “As meninas e suas famílias
precisam entender que as consultas ginecológicas e a busca por
orientações são as melhores formas de mudar esta realidade. As mulheres
têm o direito de iniciar a vida sexual juntamente com o planejamento
reprodutivo, mas ainda temos um longo caminho a percorrer nesse tema,
bem como na prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis",
finaliza.
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Maria Emilia Silveira
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