Pedro do Coutto
O Brasil passou a ser o país em que a alta de preços no atacado subiu em outubro, ocupando o segundo lugar na escala econômica. Reportagem de Thais Barcelos, O Estadão desta quinta-feira, apresenta estudo de Andrea Damico, economista chefe da Armor Capital. Revela a pesquisa que os preços no atacado atingiram no ano o percentual de 31%,somente ultrapassado pela Argentina cujos preços chegaram a 38%.
O Brasil ocupa assim o segundo lugar no mundo e certamente os preços do atacado se refletirão no varejo e na inflação, com o consumidor pagando a conta. Mias um desafio para o cálculo inflacionário do IBGE.
ENDIVIDAMENTO – O mesmo jornal publica matéria de Lorena Rodrigues analisando os dados do Tesouro Nacional sobre o endividamento federal. Já chegou a 4,6 trilhões de reais, e uma parcela na escala de 27% vence em setembro de 2021.
Detalhe importantíssimo: o total de 4,6 trilhões não inclui as dívidas dos estados e municípios, o que elevaria o total para 6,4 trilhões, ultrapassando o PIB.
O montante do PIB atinge 6,3 trilhões de reais. Só em relação ao plano federal o endividamento representa 70% do PIB.
NOVOS TÍTULOS – O governo vem emitindo novos títulos para financiar o déficit orçamentário que inclui despesas que ultrapassam os totais de arrecadação.
No mês passado o governo Bolsonaro emitiu títulos públicos no total de 173 bilhões de reais, frisa Lorena Rodrigues, revelandio que esse foi o maior volume da história. O governo como se constata, está capitalizando juros que deveria desembolsar.
Agravando o panorama, os investimentos estrangeiros no país somaram 31 bilhões de dólares, menos da metade dos 69 milhões de dólares que ingressaram no país no ano passado.
BOLSONARO E GUEDES – Mas para o ministro Paulo Guedes tudo está bem, não há problemas, como ele próprio afirmou aos repórteres Manoel Ventura e Isabela Macedo, edição de ontem de O Globo.
O presidente Bolsonaro esquece todos esses números negativos e festeja a “recuperação dos empregos”, chegando a dizer que Guedes é “insubstituível”. Portanto, como na música de Chico Buarque, o tempo passou na janela e só Paulo Guedes não viu.
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