Por Natasha de Caiado Castro*, CEO da Wish International
A pandemia da Covid-19 pegou em cheio diversos segmentos econômicos no mundo todo. No entanto, nenhum deles foi tão duramente afetado como turismo de forma geral – seja o de lazer ou o corporativo. As empresas viram suas atividades pararem por completo e podemos dizer que o mercado hibernou.
Com a velocidade de propagação do vírus diferente, e em momentos distintos em cada canto do mundo, algumas nações se revezaram na posição de adotar o lockdown, de abrir fronteiras, de retomar as atividades do comércio. Mas o turismo continuou em silêncio.
Porém, com uma considerável diminuição no volume de mortes e os movimentos da economia em curso, o turismo começou a dar sinais de retomada. Devagar, as aeronaves começaram a voltar para os ares, os hotéis iniciaram sua reabertura de portas e as pessoas, além de estarem cansadas de ficar dentro de casa, começaram a sentir um pouco mais de segurança para viajar, com a adoção dos vários protocolos sanitários e de proteção contra o vírus ditados pelos órgãos competentes.
De acordo com um dos nossos Thinkers, o médico imuno oncologista Kald Abdallah, que atualmente é Líder Global de Relacionamento Médico da Farmacêutica Bristol Myers Squibb, enquanto não houver uma vacina, o mundo poderá passar por 14 ondas de Covid-19. No momento, o Brasil ainda enfrenta a primeira onda e, por isso, as notícias mudam a cada dia, o que não nos permite fazer grandes previsões sobre como será o cenário do turismo no mundo nos próximos meses.
Tanto no Brasil, quanto no mundo, o que se vê é um movimento das pessoas fazendo pequenas viagens, normalmente de carro, para locais próximos. Na Europa, há muito “bate e volta” para cidades vizinhas de outros países. À medida que a segurança aumenta e notícias sobre o número de casos se torna um pouco mais animadora, as pessoas arriscam um pouco mais e vão para locais um pouco mais distantes. Mas ainda assim em um volume ínfimo perto do que o turismo tem capacidade de movimentar.
Em nosso país, estamos chegando à temporada de férias de verão, na qual o turismo tradicionalmente registra um período bastante aquecido, tanto sob o ponto de vista nacional quanto internacional. Porém, para este ano, fazer um diagnóstico preciso sobre como ficará este cenário será um grande desafio. O que eu arrisco a dizer é que já existe um grande movimento de procura por reservas em hotéis, resorts e compras de passagem aérea para os meses de dezembro e janeiro, mas com foco nos destinos nacionais e regionais.
Desta vez, não acredito que as viagens internacionais terão tanta força, principalmente porque a Europa está vivendo uma nova onda de Covid-19 e várias medidas de restrição estão sendo tomadas. Fora o fato de que ainda há muita gente com receio de contaminação, o que é verdade, já que a pandemia continua entre nós.
Para este final de ano e início de 2021, eu vislumbro um turismo local aquecido, que pode trazer uma parte das receitas perdidas ao longo do ano para o setor no Brasil. Mas retomada, mesmo, eu solto a informação aqui e saio correndo: setembro do próximo ano. Quem estiver preparado, vai encarar uma demanda reprimida que vem mais forte do que onda da Covid-19. Estejamos preparados para bons ventos.
*Natasha de Caiado Castro é Ceo da Wish International, empresa especializada nos segmentos de MICE – Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions – e IDX – Innovation and Disruptive Experience
Sobre a Wish International - Criada há mais de três décadas, a Wish é reconhecida como um dos principais players internacionais no mercado de MICE (Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions) e na área de IDX – Innovation and Disruptive Experience. Uma empresa que constrói conexões relevantes entre pessoas, marcas e conteúdos. Com planejamento criativo, conteúdo e execução cuidadosa, a Wish transforma viagens de incentivo, convenções, exposições, lançamentos de produtos, treinamento in-company e imersão em inovação em experiências únicas, encantadoras e mágicas. Sua estrutura conta com escritórios nos Estados Unidos, França e Brasil, além de uma grande malha de parceiros internacionais, viabilizando projetos diferenciados em qualquer parte do mundo.
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