segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Miastenia e a saúde da mulher - ciclo menstrual e sintomas pós menstruação

 


Pacientes em período menstrual relatam desafios mensais. Aprenda a identificar as variações hormonais e como lidar com cada fase

Todos os meses as mulheres passam por um período de variação hormonal, a famosa e temida tensão pré-menstrual (TPM). O que muitas pessoas desconhecem, no entanto, é que o estrogênio, a testosterona e a progesterona agem em maior ou menor grau durante o mês inteiro no corpo feminino. Esses hormônios influenciam o comportamento e podem até interferir na performance profissional das mulheres, ainda mais, quando se trata de mulheres que possuem uma doença chamada Miastenia Gravis. Esses sintomas nas pacientes tornam-se mais acentuados causando muito desconforto e mal-estar.

Para ele, a preocupação com a saúde, bem-estar e qualidade de vida das mulheres miastênicas deve ser constante. “Cada fase destes 28 dias é um desafio, por isso, entender melhor o seu ciclo pode contribuir para medicação assertiva e sintomas mais amenos. Nem todas as pacientes de Miastenia Gravis apresentam esses sintomas tão acentuados”, reforça Dr Estephan.

Segundo Dr Estephan, os sintomas podem variar de mulher para mulher. Como miastênicas, dois dias antes de menstruar algumas começam a sentir como se estivessem doentes. Relatam sensação de peso nas pernas, a pele fica “devastada”, entre outros sintomas. Entretanto, como todos esses sintomas surgem, eles vão embora depois de três dias e se repetem no mês seguinte, ou não.

“Embora ainda não tenha sido comprovado, acredita-se que essa piora ocorra na maior parte das mulheres com miastenia. Isso acontece por conta do aumento dos níveis principalmente de progesterona, mas também do estrogênio em menor importância”, afirma o Dr. Eduardo Estephan.

Essa explicação justifica porque a maioria dessas miastênicas experimentam melhora dos sintomas a partir do 3º dia da menstruação, quando os níveis de progesterona estão já bem mais baixos.

Estudos já foram realizados nas tentativas de ministrar anticoncepcionais para impedir que as pacientes miastênicas menstruassem a fim de amenizar os sintomas. Porém, os resultados não foram positivos, nem eficazes. No entanto, quando há muito incomodo no período é importante procurar atendimento médico especializado. Conforme destaca o Dr. Estephan, pode-se aumentar a dose da piridostigmina - medicação para os sintomas da miastenia - durante o período mais crítico. Com doses maiores da medicação há uma compensação, ao menos em parte, dos efeitos das mudanças hormonais da menstruação.

Segundo estudos:

Pesquisadores conduziram um estudo na Universidade Hebraica de Israel para averiguar o assunto. Eles verificaram que aproximadamente 2/3 das mulheres que menstruam experimentam piora dos sintomas miastênicos 2 a 3 dias antes do início do sangramento.

Essa piora persiste até o 3º dia de sangramento em pelo menos 50% dos casos. E em praticamente 20% a piora é suficientemente importante para que seja necessário aumentar a dose da piridostigmina.Esse estudo contou com a participação de 42 mulheres, com a doença generalizada e que não estavam na menopausa. Os resultados foram os seguintes:

  • 28 pacientes (67%) relataram exacerbação dos sintomas da Miastenia Gravis 2 a 3 dias antes do período menstrual.
  • 22 dessas pacientes continuaram com sintomas exacerbados até o terceiro dia do ciclo menstrual.
  • 9 dessas pacientes precisaram aumentar a ingestão de piridostigmina nos dias anteriores à menstruação, em razão do agravamento clínico.

Além disso, diferentes tratamentos da Miastenia Gravis, assim como contraceptivos orais, não influenciam o quadro clínico. Dependendo da intensidade da exacerbação pode levar a mudanças no tratamento, conforme critério do médico especialista.

‘’Portanto, se você é mulher tem Miastenia Gravis e se sente pior às vésperas de menstruar, você não está sozinha e nem significa que algo está fora do previsto. É importante manter seu médico informado desses acontecimentos. Juntos, é possível bolar a melhor estratégia para lidar com esses efeitos da menstruação, com aumento de medicação ou repouso programado, por exemplo”, finaliza Dr Esthephan.

 

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