terça-feira, 27 de outubro de 2020

Republicano ou democrata, o que é melhor para o brasileiro?

 

Allemann


*Por Bruna Allemann

Antes de mais nada, é muito importante esclarecermos os conceitos. Republicanos e Democratas são os maiores partidos americanos e possuem focos até completamente diferentes, e em muitos aspectos. Com a ajuda de um artigo super interessante da Professora de História Juliana Bezerra, vamos definir:

Republicanos são conservadores, de direita. Defendem que os salários devem ser estabelecidos pelo mercado e que os impostos precisam ser iguais independentemente da arrecadação, ou seja, defendem uma mesma taxa de imposto para todos. Geralmente, se apõem ao aumento de impostos para os mais ricos. Os ideais sociais são baseados nos direitos individuais e na justiça. Acreditam que a regulamentação impede o capitalismo de mercado livre e o crescimento do emprego. Sobre a política de saúde, acreditam que as empresas privadas podem fornecer serviços com mais eficiência do que programas administrados pelo governo.

Entre os assuntos polêmicos, está a postura contra a legalidade do casamento gay e a oposição na questão do aborto, sendo os estados de maior votação o Texas, Oklahoma e Kansas. Seus presidentes mais notáveis são Abraham Lincoln, Teddy Roosevelt, Ronald Reagan, George Bush e Richard Nixon.

 Já os democratas, são liberais e de esquerda. Defendem a existência de um salário mínimo e que os impostos sejam maiores para quem tem renda mais alta, ou seja, um posicionamento progressivo sobre os impostos em que quanto maior o rendimento maior a tributação. Os ideais sociais são baseados na responsabilidade comunitária e social. Defendem que a regulamentação do mercado é necessária para proteger os consumidores. Sobre a política de saúde, apoiam o envolvimento do governo nos cuidados de saúde, garantindo uma saúde universal. São a favor do casamento gay e do aborto. Os estados de maior votação são Nova York, Califórnia e Massachusetts. Presidentes que merecem destaque, Franklin Roosevelt (FDR), John F. Kennedy, Bill Clinton, Woodrow Wilson, Jimmy Carter e Barack Obama.

Talvez eu nem precisaria escrever mais sobre isso, mas isso são aspectos históricos e algumas vezes não representam a sua totalidade dentro do mesmo partido. Além disso, vamos alinhar essas informações com os aspectos econômicos de cada partido. Como podemos ver, o principal diferencial entre os partidos se define ao papel do governo, seja na sociedade ou na economia. Entender sobre esses impactos é fundamental.

O republicano parte do princípio que é preciso dar mais liberdade ao mercado, e ao indivíduo, assim como seus direitos e responsabilidades. Sua interferência no mercado ocorre somente em grande necessidade, mas seguem a linha de deixar o mercado crescente, fluir, política de empregos e regulamentação menos travada. Porém, extremamente em alguns aspectos, protecionista no sentido de dar força à economia do seu país e moeda, o que podemos enxergar na política do Trump. Tendencioso a deixar a moeda cada vez mais forte em relação as demais e atraindo investidores do mundo todo com baixas taxas de juros e menos volatilidade da sua moeda (a moeda de segurança do mundo todo).

Já os democratas tendem a ter mais gastos públicos devido as suas políticas sociais, o que pode impactar diretamente em relação ao aumento de taxas de juros em busca da equidade, resultando em volatilidade do mercado americano. Daí, temos um aumento de impostos para os ricos e uma grande conta pública para pagar no final. Mas como sabemos, é os Estados Unidos.

Isso ocorreu nos anos eleitorais de Obama. O sistema de saúde “Obama Care” foi um dos ralos do dinheiro público americano. Mas aí que está a questão, em seguida veio o uma nova política para incentivar o consumo, tapar esse grande gargalo financeiro e seguir em frente, fortalecendo cada vez mais o país.

No fundo, acho que para nós, caso a política economia brasileira ajude em questão de definições, estabilidade etc, podemos dizer que os democratas ajudariam o Brasil como um todo, atraindo investidores internacionais para países emergentes como o nosso, sendo que não veriam essa estabilidade por lá. Mas repito, é Estados Unidos, e ao longo desse ciclo, se nós não melhorarmos, independentemente da política, tendo aspectos bons e ruins para investidores nacionais e estrangeiros, estaremos abertos ao enfraquecimento da nossa moeda de qualquer forma.

Como disse alguma vezes, o que mais pesa no Brasil é a nossa instabilidade. A cereja do bolo que vem da América do Norte!

Bruna Allemann

Atuou dez anos no mercado de crédito e investimentos para clientes de alta renda, auxiliando os médios e grandes empresários principalmente dos setores de agronegócio e comércio exterior. Atualmente auxilia brasileiros a internacionalizar e dolarização de patrimônio, imigração através de investimentos e gestão de recursos offshore como Diretora de Investimentos e Capital Markets de uma grande empresa americana. Para saber mais, acesse o perfil @bruallemann ou conecte-se no LinkedIn.


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Carolina Lara
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