quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Exigência do consumidor e abertura de novos mercados desafiam a citricultura brasileira

 

Caminhos do Agro SP



Esforços feitos pela cadeia que aumentaram a produtividade em 210% nos últimos 30 anos foram abordados no "Caminhos do Agro SP"

O Brasil é responsável por 31% da produção mundial de laranja e detém 74% do comércio internacional de suco de laranja. Apesar dos números expressivos, a abertura de novos mercados e a reconquista de antigos compradores internacionais é um dos desafios da citricultura local. O cenário atual foi um dos assuntos em debate durante a live das cadeias produtivas nesta quarta (28/10) do projeto “Caminhos do Agro SP”, realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo em conjunto com a TV Cultura, InvestSP, Fundag e a iniciativa privada.

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, destacou países que são mercados promissores para novos negócios com os produtos cítricos brasileiros, como o Japão e a Coreia do Sul. “Seria um grande salto para o agronegócio brasileiro se conseguíssemos esses mercados. No entanto, temos um trabalho árduo que é alinhar as exigências dos consumidores para que o trabalho dos embaixadores internacionais da citricultura não seja de maneira irresponsável de forma que fique sobrando laranja no pé do produtor ou permitindo que esses mercados conquistados sejam fechados novamente”, enfatizou Junqueira.

Segundo o diretor-executivo CitrusBR - Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, Ibiapaba Netto, há um acordo internacional em andamento entre Mercosul e Coreia do Sul, que, se efetivado, contempla trocas de oferta de suco de laranja. Na safra 2019/20, 1,6 milhão de toneladas de suco de laranja integral cruzaram os oceanos em navios dedicados, com sistema de assepsia, rumo ao mercado internacional. A tecnologia desenvolvida e os investimentos feitos pela indústria brasileira são fatores preponderantes para mostrar como setor atua na segurança do alimento.

“Ano a ano investimos na capacidade de armazenamento e nenhuma outra indústria no mundo faz como a nossa. Estamos empenhados em levar o suco brasileiro ao mercado internacional, mostrando que não é só um produto feito em conformidade, mas também que é o melhor produto que se pode ter no mercado”, apontou o executivo.

Para atender a demanda, em 30 anos, a área plantada recuou 41% e a produtividade da citricultura brasileira cresceu 210%, produzindo 42,74 toneladas por hectare. Isso é resultado do trabalho de pesquisa pertinente a essa cultura perene, que necessita de um melhoramento contínuo para que a espécie lenhosa tenha uma longa vida produtiva.

“O foco de toda pesquisa é a qualidade dos frutos e a saudabilidade, pois ela é quem regula todo mercado consumidor, tanto para indústria como para o mercado de fruta fresca. Estamos focados nos desafios para que um pomar produza por 10, 15 até 20 anos no campo. Por isso, para 2021 serão disponibilizados para o setor sete novos porta-enxertos de nove diferentes copas, que atendem a necessidade do produtor de ter um material de qualidade, tolerante a estresses bióticos e abióticos”, adiantou o diretor do Centro de Citricultura do Instituto Agronômico (IAC), Dirceu de Mattos Junior.

Para a CEO do Grupo Junqueira Rodas, Sarita Junqueira Rodas, que atua na produção de laranja no estado de São Paulo, o trabalho em parceria com a pesquisa é fundamental para que se possa entregar a melhor fruta para a indústria e abrir novos mercados. Mas, para ela, o combate de doenças destrutivas à cultura, como o greening, que é uma ameaça mundial, não cabe somente ao setor e essa responsabilidade também pode ser dividida com a população.

“Para uma pesquisa num pé de laranja você tem que esperar cinco anos para que ele comece a produzir e é muito mais moroso e demorado para que as decisões tomadas resultem em boa ou má escolha. A população tem muito para nos ajudar neste quesito, não cultivando mudas de citriculturas em locais mal cuidados, pois são pés hospedeiros, que contaminam os pomares de produção de grande escala”, alertou.

AGENDA CAMINHOS DO AGRO SP

04 de novembro: Episódio Comercialização

11 de novembro: Live Papel e Celulose

18 de novembro: Episódio Consumo

25 de novembro: Live Olericultura

02 de dezembro: Episódio Exportação

09 de dezembro: Live Soja

16 de dezembro: Episódio Conectividade


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