A
aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro atingiu em setembro o
maior índice desde o início do mandato. É o que mostra a pesquisa de
divulgada nesta quinta-feira pelo Ibope. A taxa passou de 29% em
dezembro do ano passado (menor avaliação desde janeiro de 2019) e chegou
aos 40% neste mês. Os que consideram o governo ruim ou péssimo somam
29% dos entrevistados. Em dezembro, eram 38%. Já os que classificam o
governo como regular continuam a representar cerca de um terço da
população: 29%O levantamento foi encomendado pela Confederação Nacional
da Indústria (CNI) e tem nível de confiança de 95%. A margem de erro é
de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Ao todo, duas mil
pessoas foram entrevistadas pelo instituto na semana passada, entre os
dias 17 e 20 de setembro em 127 cidades.
Portanto, o questionário foi aplicado em um período de alta no preço
dos alimentos e antes do início do pagamento das parcelas residuais do
auxílio emergencial, que começaram a ser repassadas aos beneficiários
nesta quinta, e cujo o valor foi reduzido para R$ 300. Uma das maiores
altas na popularidade do presidente foi registradas entre os
entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo. Nesse caso, a
avaliação do governo como ótimo ou bom passou de 19% para 35%. Quando
observado o grau de escolaridade dos entrevistados, foi entre os que
estudaram até a 8ª série que mais aumentou a aprovação de Bolsonaro: o
salto foi de 25% para 44%. No recorte por regiões, a popularidade de
Bolsonaro avançou no Nordeste e empatou com a desaprovação: 33%. Apesar
disso, esta é a região onde mais pessoas consideram o governo ruim ou
péssimo e também registra o menor nível de ótimo e bom. Mas, é da região
Sul que vem a maior aprovação: 52%. Os que reprovam o governo somam
22%.
Os entrevistados também demonstraram que estão mais satisfeitos com a
maneira de Bolsonaro de administrar o país: 50% aprovam a gestão,
enquanto 45% a desaprovam. Em dezembro, esses índices eram de 41% e 53%,
respectivamente.
Em geral, a pesquisa do Ibope é feita a cada três meses, mas por causa
da pandemia do novo coronavírus, a última pesquisa de avaliação do
governo ocorreu no fim de 2019. Desde então, o quadro geral da confiança
da população no presidente manteva a tendência das pesquisas
anteriores: mais da metade dos entrevistados (51%) disseram que não
confiam em Bolsonaro, apesar do aumento no número de pessoas que confiam
nele: agora são 46%.
A pesquisa ainda avaliou a opinião dos entrevistados em nove áreas
temáticas, entre elas: taxa de juros, combate ao desemprego, segurança
pública, combate à inflação, combate à fome e à pobreza, impostos, meio
ambiente, saúde e educação.
Piora no combate ao desemprego e preservação do meio ambiente
Um dos índices pesquisados que mais oscilaram no período foi quanto às
ações do governo no combate ao desemprego: 60% desaprovam a atuação de
Bolsonaro, enquanto 37% avaliaram as medidas como positivas. Em
dezembro, esas taxam eram de 56% e 41%. Em meio à crise econômica
agravada pela pandemia, o desemprego atingia 13,6% da população em
agosto, segundo o IBGE.
A tendência se repete na avaliação quanto as políticas de preservação do
meio ambiente: 57% da população reprovaram o governo nesse quesito e
37% o aprovam. No último levantamento, 54% dos entrevistados
desaprovavam Bolsonaro nessa área e 40% o aprovavam.
Melhora na saúde e combate à fome e pobreza
No entanto, melhorou a percepção dos entrevistados quanto às ações de
combate à pobreza: eram 40% em dezembro, e agora somam 48% das
respostas. O grupo que desaprova as medidas nessa área encolheu: foi de
55% para 49%.
Outro índice que apresentou melhora foi o da saúde. Em setembro, 43% dos
entrevistados disseram que aprovar o trabalho de Bolsonaro no setor. Em
dezembro, eram 36%. Já os que reprovam a atuação do governo saíram de
60% para 55%, apesar de o país se aproximar da marca de 140 mil mortes
pela Covid-19 e de já ter ultrapassado os 4,6 milhões de infectados
nesta quinta-feira.
Segurança pública e educação
Outros indicadores variaram dentro da margem de erro. Foi o caso do
setor de segurança pública, que continua sendo o que acumula maior
aprovação (51%). Já a área de Educação, ainda que mais da metade dos
entrevistados disseram desaprovar (52%), 44% apoiam as ações do governo,
e ocupa o 3º lugar no ranking de aprovação por área de atuação.
Comparação com Temer
O Ibope também pediu que os entrevistados comparassem o desempenho de
Bolsonaro na presidência com o do ex-presidente Michel Temer. Entre
dezembro do ano passado e setembro deste ano, a tendência de piora no
índice, observada ao longo de 2019, se reverteu. Para 49% das pessoas,
Bolsonaro tem se saído melhor no cargo. No entanto, 21% consideram que
este governo é pior do que o anterior.
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