terça-feira, 1 de setembro de 2020

- Nova portaria do Ministério da Saúde causa constrangimento para vítimas de estupro

Dr. Marcelo Válio

O Ministério da Saúde editou na última semana uma portaria que obriga médicos e profissionais de saúde a notificarem a polícia ao acolherem mulheres vítimas de estupro que solicitem aborto, que é permitido no Brasil diante desta condição. A medida foi assinada pelo ministro interino Eduardo Pazuello.
A Câmara dos Deputados e o Senado, no entanto, estudam a possibilidade de derrubar a portaria, considerada por muitos especialistas constrangedora e intimidadora para a vítima de violência sexual.
“Trata-se de um retrocesso e uma tentativa de burlar a regra legal. É usar de uma norma infra legal para afastar o direito ao aborto previsto em lei. É colocar a mulher vítima de estupro em uma situação mais desconfortante. É tentar criminalizar a vítima de estupro. Trata-se de um ato administrativo ilegal e imoral. Se desejam mudar a regra do estupro legal no Brasil, que se faça através de lei e não através de uma norma infra legal que não tem esse condão”, afirma o Prof. Dr. Marcelo Válio, Pós Doutor em direito de pessoas vulneráveis.
O especialista está disponível para entrevistas sobre o tema.
Sobre o Prof. Dr. Marcelo Válio: Graduado em 2001 PUC/SP, especialista em direito constitucional pela ESDC, especialista em direito público pela EPD/SP, mestre em direito do trabalho pela PUC/SP, doutor em filosofia do direito pela UBA (Argentina), doutor em direito pela FADISP, pós doutor em direito pelo Universidade de Messina (Itália) e pós doutorando em direito pela Universidade de Salamanca (Espanha), é referência nacional na área do direito dos vulneráveis (pessoas com deficiência, autistas, síndrome de down, doenças raras, burnout, idosos e doentes).

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