segunda-feira, 3 de agosto de 2020

"O medo do abandono que aterroriza e promove o acolhimento e manutenção das relações tóxicas destrutivas", por Andréa Ladislau, psicanalista

O medo do abandono é mais comum do que se imagina. Chamamos essa fobia de Monofobia, Autofobia ou Isolofobia. Classificações que possuem a mesma disfunção: medo intenso de ficar sozinho (a). O que muitos não sabem é que o medo é algo fundamental em nossas vidas. Detém a atribuição de nos proteger, não permitindo que sejamos confrontados por situações de risco. Entretanto, se não for dosado, pode gerar transtornos graves que afetam nosso cotidiano, como a Monofobia - uma manifestação psíquica conectada a ansiedade, pois ao menor sinal de que poderá ficar sozinho, o indivíduo começa a “sofrer por antecipação”. Consequência que deflagra, em muitos casos, o desenvolvimento de relações de extrema dependência emocional, pois não se sente capaz de agir por conta própria. Essa sensação de medo extremo é comumente percebida em adultos e crianças. Nas crianças manifesta-se pelo simples fato de que não possuem noção de tempo, espaço ou consequência, por estarem em processo de formação. Para elas, cinco minutos de espera pode corresponder a uma eternidade, onde a angústia irá alimentar a sensação de abandono. Ao se sentirem sozinhas, podem entrar em desespero, correndo o risco de desenvolverem transtornos psicológicos mais graves, afetando a autoestima e prejudicando seus relacionamentos na vida adulta. A ocorrência da Monofobia em adultos, além de outros aspectos, pode sustentar os relacionamentos tóxicos e submissos, pautados pela necessidade de agradar, por acreditar que podem ser abandonados (as) a qualquer momento. Está presente em muitas relações afetivas, onde, por exemplo, algumas mulheres se sujeitam a este tipo de convívio apenas para não ficarem sozinhas. Campo fértil para expressões de violência doméstica. Na maioria dos casos, o medo do abandono (fobia) decorre de traumas de infância caracterizados por abandonos físicos, emocionais ou financeiros. Um comportamento aprendido com experiências infantis que, na vida adulta, manifesta-se pelo temor de que cada pessoa significativa em sua vida poderá abandoná-lo de uma forma similar. Uma patologia que machuca, dói e limita, causada também por estresse a longo prazo, ansiedades, relações ruins e até mesmo fatores sócio-econômicos. A Monofobia pode desencadear sintomas físicos perceptíveis ao corpo, como: tonturas, vertigens, sensação de falta de ar, aceleração dos batimentos cardíacos, palpitações, suores, dor no peito, náuseas, tremores e medo de morrer. Também pode associar-se a outras perturbações psicológicas graves, como a síndrome do pânico, transtornos de ansiedade e depressão. Estes efeitos psicológicos podem gerar interferências em todos os aspectos da vida do indivíduo, a ponto de impactarem suas relações sociais, profissionais e íntimas. Além de serem capazes de desencadear o medo de comer, escrever e falar na frente de pessoas, destruindo e corrompendo de forma aterrorizante os pensamentos e as ações. Sugerindo assim, a manifestação de ataques de pânico e outros sintomas psíquicos graves. Contudo, não se pode confundir o medo de ficar sozinho (Monofobia) com a sensação de medo que algumas pessoas podem ter após assistir um filme de terror. O medo relativo ao transtorno descrito é muito mais intenso, irracional e paralisante, visto que causa um sofrimento contínuo e pode interferir de maneira drástica na vida do indivíduo. Por fim, o tratamento para o desequilíbrio mental provocado pela Monofobia e pelo medo demasiado de ficar sozinho consiste em dessensibilizar-se ao objeto ou a situação temida. Recomenda-se, portanto, a busca por ajuda qualificada de um profissional de saúde mental para que, através da psicoterapia, seja possível aumentar os recursos internos, favorecendo a autoestima e a confiança em suas próprias habilidades individuais. A mudança de pensamento sustentará o controle das reações, melhorando a qualidade de vida e impedindo que o sujeito seja tomado pelo medo mórbido da solidão. Dra. Andréa Ladislau Psicanalista * Doutora em Psicanálise * Membro da Academia Fluminense de Letras - cadeira de numero 15 de Ciências Sociais * Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde * Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social * Professora na Graduação em Psicanálise * Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói * Membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza * Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo. * Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites Imagens relacionadas Andréa Ladislau Andréa Ladislau Pedro Costa baixar em alta resolução Goldoni Conecta Rodrigo Arantes rodrigo.burgos@goldoniconecta.com.br (21) 2828-0407 / (21) 96441-5211

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