Vale tudo na arrancada para novembro e aparece até amiga falsiane que
gravou a mulher do presidente em segredo, para tentar detoná-la. Vilma Gryzinski:
Melania Trump acha a enteada muito enxerida e não considera o marido um exemplo irretocável de virtudes, embora o admire.
Muitas mulheres se identificariam com esta situação, mas Melania
Trump foi retratada nela de maneira infame: uma de suas raras amigas
mais íntimas, Stephanie Winston Wolcoff, aproveitou a proximidade que
tinha com ela para tentar escavar situações constrangedoras.
Tudo o que conseguiu, através do método sórdido de gravar a amiga
secretamente com o celular, está no livro Melania & Me. Não é muita
coisa.
Para promover o livro, lançado justamente para aproveitar a fase em
que a campanha presidencial vai ficando mais quente – faltam apenas 66
dias -, Stephanie está mostrando as gravações a jornalistas que prometam
dar um espaço bem grande para o assunto.
Resumo do assunto que ela acha mais importante: quando foi trabalhar
no cerimonial do futuro governo, Ivanka Trump tentou ocupar um lugar de
destaque, ao lado do pai, na posse, mas ela e Melania escolheram os
assentos de forma a deixar no primeiro plano o presidente, a mulher e o
filho caçula, Barron (hoje com 14 anos e mais alto que o pai, de 1,90
metro).
Nossa, que espanto.
O pré-lançamento do livro de Stephanie também coincidiu com a
convenção republicana – quase toda virtual por causa do vírus, mas um
pouco, bem pouquinho, mais assistível do que a chatice sem fim da
democrata.
Melania fez um discurso considerado razoável, com toque de simpatia pelas vítimas do coronavírus e suas famílias.
Pelo menos não caiu na armadilha de seu último discurso de campanha: a
assessora responsável por escrevê-lo copiou trechos inteiros de uma
fala de Michelle Obama.
Segundo a jornalista Mary Jordan, autora de um outro livro sem
revelação nenhuma sobre Melania, ela ficou arrasada quando foi
massacrada na mídia por causa disso – mas a assessora foi perdoada.
Melania evidentemente não gosta de falar em público e ainda tem um sotaque forte por causa de sua língua pátria, o esloveno.
“Meu Deus, ela ainda não sabe falar inglês”, trolou a veterana atriz Bette Midler. “Tirem esta estrangeira ilegal do palco”.
É quase inacreditável que nos Estados Unidos, onde o politicamente
correto virou um equivalente ao culto ao ser supremo, alguém fale isso,
mesmo que seja contra um alvo fácil como a mulher do presidente.
Bette Midler, que não vem de uma família exatamente procedente do
Mayflower – ao contrário, a mãe era costureira, como a mãe de Melania, e
o pai pintor (mecânico no caso da da mulher de Trump), depois se
desculpou assim:
“Eu errei ao fazer piada com o sotaque dela. A América é feita de pessoas que falam com todo tipo de sotaque”.
Pelo menos ela não chamou Melania de prostituta, não propriamente nesses termos, como fez a finíssima cantora Cardi B.
A cantora (nome verdadeiro: Belcalis Almanzar) está tão envolvida em
política que até já fez uma entrevista com Joe Biden. O candidato
democrata não parecia saber exatamente com quem estava falando.
Com sua beleza intimidante, equilibrada nos saltos mais altos que a
Louboutin consegue fazer e envolta em roupas das grandes grifes (usou
Alexander McQueen verde oliva no discurso da convenção), Melania Trump
não é o tipo de mulher com que a massa consegue se identificar de
imediato.
Melania joga com as cartas coladas no peito e, fora da família – os pais e a irmã -, não se abre com ninguém.
Mary Jordan, a jornalista do Washington Post que escreveu sua
biografia, disse que já tinha feito reportagens sobre “um chefe de
cartel e uma princesa japonesa, mas nada se compara a tentar entender
Melania”.
A revelação mais instigante que fez: Melania renegociou seu contrato
pré-conjugal durante a campanha vitoriosa do marido, buscando garantir
uma posição mais favorável ao filho nas empresas da família, já
dominadas pela prole mais velha. E para ela, supostamente.
A jornalista também fala da tensão entre enteada e madrasta, uma
chamada de Princesa pela outra, ou de Retrato, no sentido oposto (pelo
silêncio habitual).
Para o Serviço Secreto, que sempre usa um codinome para seus protegidos, ela é Musa.
Os trumpistas a veneram e os arrecadadores de doações de campanha, pré-coronavírus, disputavam sua presença bem relutante.
A falta de amigos íntimos – e daqueles que falam – dificulta decifrar
o que ela pensa. E a traição Stephanie Winston Wolcoff não vai ajudar
muito a incentivar mais confidências.
Ex-produtora dos bailes temáticos no Metropolitan, promovidos pela
revista Vogue, Stephanie foi expelida da Casa Branca depois que começou a
ser divulgado pela ela havia cobrado nada menos que 26 milhões de
dólares pelas despesas de montagem das festas da posse.
Para o próprio bolso, levou 500 mil dólares.
Quem precisa de inimigas com uma amiga dessas?
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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