quinta-feira, 30 de julho de 2020

Com a ação no STF, Bolsonaro quer mostrar aos aliados que ainda manda no país


Bolsonaro diz que não é "autoritário" porque não toma decisões ...

A grande dúvida é saber quando Bolsonaro voltará ao normal

Carlos Newton

A nova fase paz & amor de Jair Bolsorano representa um enigma para milhões de seguidores, que continuam acreditando na espécie de super-homem que ele procura encarnar, naquele papel de “mito’. Mas a súbita mudança de comportamento é inexplicável para eles e segue causando estranheza, porque seus aliados nas redes sociais agora estão permanentemente na linha de fogo do Supremo Tribunal Federal, sem que o presidente se manifeste a respeito.

Aparentemente alheio, Bolsonaro estava fechado em copas, como se diz no carteado. Seus espaços nas redes sociais permaneciam num silêncio ensurdecedor, que incomodava os aliados do presidente e intrigava seus adversários.

GABINETE DO ÓDIO – Nas últimas semanas, desde que aconteceu a metamorfose ambulante de Bolsonaro, a defesa de suas teses pouco republicanas ficou inteiramente a cargo do chamado gabinete do ódio, aquela entidade etérea que funciona de modo informal no terceiro andar do Planalto  digamos assim.

Nas redes sociais, nos blogs e sites amestrados, o “gabinete do ódio” despejava carga pesada em Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fakes news, enquanto Bolsonaro fazia olhar de paisagem, com apoio de apenas um dos filhos, Flávio, que deu entrevista a O Globo, dizendo que a fase zen do pai será permanente, daqui em diante.

Mas na sexta-feira Moraes partiu novamente para o ataque e  mandou o Facebook e o Twitter se livrarem das contas de alguns dos mais importantes aliados do presidente. Os outros dois filhos – Carlos e Eduardo – então conseguiram tirar o pai do sono profundo.

UMA AÇÃO PESSOAL – Aconselhado por Zero Dois e Zero Três, Bolsonaro mandou que a Advocacia-Geral da União protocolasse neste sábado (25/7), em seu nome pessoal, uma ação no Supremo contra as decisões do relator Alexandre de Moraes. Estranhamente, porém, não deu entrevista nem publicou nada em suas contas nas redes sociais, sinal de que a fase Zen continua mantida e a ação no Supremo significa apenas um ponto fora da curva.

Não há chances de sair vitorioso nessa batalha contra Alexandre de Moraes, que conta com apoio de nove ministros  – o único discordante é Marco Aurélio de Mello, cuja vaidade extremada o conduz a essa mania de ser diferente, bancar a exceção, o “primus inter pares” de cabeça para baixo. 

Como está jogando para as arquibancadas, como se diz no futebol, a iniciativa é válida. Vamos aguardar o que fará quando aparecem outras vicissitudes, o que logo vai acontecer, porque a fila anda.

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