quarta-feira, 29 de abril de 2020

OS POLÍTICOS QUE “HUMILHARAM” A EMBRAER


Ozíris Silva é um raro cidadão motivo de orgulho para o povo brasileiro. Seu nome se confunde com a história da EMBRAER, da qual é o pioneiro, e a presidiu por 20 anos, desde a sua fundação,em 1969,época da chamada “ditadura” militar.
Ozíris foi Oficial Aviador e Piloto da Força Aérea Brasileira,voando no Correio Aéreo Nacional (FAB)  durante 5 anos. Dentro da sua brilhante  biografia,foi uma espécie de “Saint-Exupéry” (autor de “Pequeno Príncipe”),filósofo, escritor, e aviador francês, que também chegou a voar o  correio aéreo Europa-Brasil, entre os anos de 1929 e 1931, atravessando o Oceano Atlântico,sozinho,num monomotor.Uma das escalas  do “correio” era no “Campéche”,Florianópolis,numa pista de areia.Os “catarinas” chamavam-no de “Zé Perri”.
Ozíris Silva também presidiu a Varig  e a Petrobrás, dentre outras empresas.
Durante os vinte anos em que o “espírito” de Ozíris esteve presente na EMBRAER, a empresa só cresceu,“repelindo” o complexo de “viralatas”, que ainda contamina muitos brasileiros.Nesse tempo a EMBRAER já fabricava  aviões comerciais,executivos e militares,todos de grande sucesso mundial.
Mas bastou o Regime Militar entregar o comando do país aos políticos,em 1985,que eles já começaram a “esculhambar” essa empresa,não demorando para que “afastassem”  Ozíris Silva,que certamente seria um  empecilho na nova ordem em vista: negociatas e corrupção.
Finalmente ,em 1994,no Governo de Itamar Franco,que tinha à frente do Ministério da Fazenda  Fernando Henrique Cardoso,resolveu privatizar a EMBRAER. Foi o “embrião” da “privataria tucana”, que iria se instalar a partir do ano seguinte (1995).
A partir da sua privatização, a EMBRAER deixou de crescer na medida mais prudente , e passou a ter um crescimento descontrolado, a “inchar”,apesar do grande sucesso  mundial na  sua linha produção dos   jatos comerciais  ERJ-145,ERJ-145 ,e EMBRAER E-170,175,e 195 e,mais recentemente do cargueiro KC-390.
A “corrupção”passou a fazer parte das “operações” rotineiras  da EMBRAER,tanto que em 2016 ela foi condenada a pagar pela Justiça Americana a exorbitante quantia de US$ 206 milhões de multa, por pagar propinas em negociações na Índia,Arábia Saudita,República Dominicana e Moçambique.
A recente negociação da EMBRAER com a BOEIN G (uma “joint venture”), ”abortada” pela americana, alegadamente por motivos da nova conjuntura mundial,inclusive reforçada pela  “peste da China”, pela qual 80% da produção dos jatos comerciais da EMBRAER  passariam às mãos da BOEING, pelo que a EMBRAER receberia US$ 5,26 bilhões nessa negociação, jamais poderia ter causado um impacto tão grande à empresa brasileira,chegando ao ponto de “vida-ou-morte”,ou mesmo da sua completa humilhação e  desmoralização ,em virtude do fracasso das negociações, quando  a brasileira chegou a “implorar’ reconsideração da americana. Como deixaram a EMBRAER chegar à essa situação de “desespero”? Quem são os responsáveis”? Como jogar fora assim ,gratuitamente, um dos maiores feitos do Regime Militar?
Mesmo o Presidente Jair Bolsonaro não tendo exercido  o  seu direito de “vetar” essa venda da EMBRAER à BOEING,portanto,concordando com dita negociação, na verdade a EMBRAER já havia deixado  de ser “autenticamente” brasileira ,desde a sua privatização. Ela ainda é uma empresa brasileira,mas só para “inglês ver”, porém comandada por grupos de interesses estrangeiros, principalmente fundos americanos.
É uma lástima o que fizeram com a  EMBRAER !!!
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo

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