quarta-feira, 22 de abril de 2020

Nove ex-presidentes do IBGE desconfiam da inflação de apenas 0,07% em março


Charge do dia - Inflação
Charge do Clayton (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
Nove ex-presidentes do IBGE, entre eles Simon Schwartzman. divulgaram documento que abertamente acentua haver desconfiança quanto ao cálculo da PNAD relativo ao mês de março. A iniciativa dos ex-presidentes exibe dúvida quanto ao trabalho da direção atual do Instituto, porque os signatários estão tentando saber os nomes dos que responderam as perguntas e também os telefones utilizados.
É claro que essa iniciativa trás consigo uma desconfiança quanto ao resultado, pois não interessam os nomes dos que responderam ao telefonema e tampouco seus telefones.
PRESSIONAR O IBGE – É uma forma, isso sim, de colocar dúvida quanto à pesquisa em sicamuflada pela identificação nominal que não interessa no caso. O pedido dos telefones que conduziram as perguntas e respectivas respostas, é claramente redigido para pressionar o Instituto, que, se não conseguir revelar os nomes, poderá ingressar numa nuvem de sombra a respeito do conteúdo final do documento.
Isso de um lado, ocupado pelos nove ex-presidentes. De outro lado, os partidos PSDB, PSB, PSOL e a Ordem dos Advogados do Brasil ingressaram com ações no Supremo Tribunal Federal para que exija a resposta às perguntas. Se o IBGE não fornecer os elementos citados é porque, pensam os signatários, a pesquisa colide com a realidade.
Os preços do mês de março, como é do conhecimento geral, foram reajustados e não estagnados.                      
DILEMA DO MINISTRO – Em outra área, da Saúde, o novo ministro Nelson Teich tenta harmonizar com a realidade a opinião de Bolsonaro sobre a pandemia;
Segundo afirmou ontem ao Globo, em matéria de André de Souza, Renata Mariz e Leandro Prazeres, o ministro Nelson Teich está tentando nitidamente um equilíbrio entre sua ação à frente do Ministério da Saúde e a disposição de Bolsonaro de liberar para o comércio parte do isolamento colocado em vigor pelo ex-ministro Henrique Mandetta.
Isso porque, pessoalmente, o titular da Saúde, em artigo que publicou em abril em uma revista científica, deixou claro considerar o isolamento a medida capaz de diminuir substancialmente a contaminação pelo coronavírus.
Portanto, o ministro, que assistiu as manifestações de Brasília pela televisão, penso eu, ficou contrariado com a aglomeração em Brasília com a presença de Bolsonaro.
POSIÇÃO DIFÍCIL – A meu ver, sua posição é difícil, em face da disposição de Bolsonaro em reduzir imediatamente o isolamento.
Se for colocada em prática essa fórmula, o governo federal entrará em rota de colisão com os governadores da grande maioria dos estados da Federação, além de inúmeros prefeitos, que pretendem prorrogar o isolamento.

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