Itabuna prorroga quarentena e aprofunda crise
JORNAL A REGIÃO
do comércio local, que já começou a demitir depois de ficar mais de 15
dias com as portas fechadas. O fechamento do comércio será prorrogado
por mais 15 dias, o que vai piorar a situação das empresas, que ficaram
sem condições de pagar salários e fornecedores.
O cenário é ainda pior para o setor de alimentação e lazer, como
restaurantes, bares, pizzarias, lojas de suco e de açai, sorveterias e
cafés. Muitos dependiam do fluxo diário de dinheiro para manter as
contas e outros foram obrigados a doar ou jogar fora os alimentos já
comprados.
A quarentena exclui os serviços considerados essenciais, a exemplo de
supermercados, padarias, farmácias, distribuidoras de água e lojas de
materiais de construção. O novo decreto será assinado pelo prefeito em
exercício Fernando Vita, já que o titular, Fernando Gomes, sumiu da
cidade desde o início da crise.
Os bancos também foram liberados para abrir em horário restrito, das
10h às 14h, “desde que sejam adotadas recomendações do Ministério da
Saúde sem aglomerações, número reduzido de funcionários e fornecimento
álcool gel, dentre outras”.
Empresários são ignorados
A decisão de prorrogar o decreto foi tomada durante reunião da Comissão
de Enfrentamento ao Novo Coronavírus, na manhã desta sexta-feira. Havia
pressão de setores do empresariado para que houvesse maior
flexibilidade, com o comércio aberto em horário restrito, entre 9h e
15h.
Itabuna tem apenas 6 casos de coronavirus em 214 mil habitantes, sendo
um comunitário e os outros importados, inclusive o mais recente, de uma
médica que trabalha na UPA de Ilhéus e teve contato com o médico Luiz
Roberto Andrade, que testou positivo para a doença. Ela está isolada em
casa.
Por isso, equipes da Saúde recomendam que a população deve manter o
isolamento social, sair de casa somente quando realmente necessário,
evitando ambiente com aglomerações, e se proteger fazendo uso de
máscaras. Ao voltar para casa, deixe os sapatos na porta e lave braços,
rosto e mãos.
Baixa renda sem conta
A Prefeitura de Itabuna, muito criticada pela falta de providências
diante da crise, publicou decreto suspendendo a cobrança da conta de
água de consumidores da tarifa social da Emasa. Mas, para ser
beneficiado, o consumidor também deve morar num imóvel de até 60 metros
quadrados.
Além disso, a Prefeitura exige que seu consumo de energia seja inferior
a 80 kwh/mês, o que não tem relação alguma com o serviço de água nem
faz sentido, e que esteja enquadrado nos critérios do Programa Bolsa
Família.
Estes consumidores não pagarão as contas de maio, junho e julho nem
poderão ter o fornecimento interrompido por falta de pagamento. Não
ficou claro se, depois do final da quarentena, estas contas serão
cobradas, parceladas ou perdoadas.
Todos os outros consumidores terão a água cortada em caso de atraso no
pagamento das contas, medida que sabota o esforço contra o coronavirus,
cuja principal recomendação das autoridades é a lavagem constante das
mãos com água e sabão, assim como da roupa usada fora de casa.
Também ignora a situação dos usuários, sem receber salários ou, no caso
dos empresários, sem faturamento algum por conta do fechamento do
comércio decretado pela própria Prefeitura, que não tomou nenhuma medida
paliativa em relação a impostos como o IPTU e o ISS.
Ilhéus sem previsão
O transporte coletivo de Ilhéus e o comércio continuarão fechados por
tempo indeterminado, de acordo com o decreto nº 020, assinado pelo
prefeito Mário Alexandre Souza (PSD) e publicado no Diário Oficial do
Município no dia 22 de março.
A Secretaria de Saúde de Ilhéus confirmou, na tarde desta sexta-feira
(3), mais dois casos de infecção pelo coronavírus. Com isso, subiu de
oito para 10 o número de moradores do município do sul da Bahia
infectados pela doença.
Trata-se de uma senhora de 66 anos e de um homem de 33 anos, ambos do
Malhado. A mulher retornou de outro estado já com os sintomas. Quando
chegou a Ilhéus, entrou em contato com a Central Covid-19. Os dois
pacientes se encontram em isolamento social.
Buerarema abre comércio
O prefeito de Buerarema, Vinicius Ibrann (PSDB), determinou a retomada
de alguns serviços na cidade. Sem nenhum caso de coronavírus, o gestor
autorizou o funcionamento das feiras livres a partir de sábado (4),
porém só com feirantes da própria cidade.
O decreto determina que as barracas, com exceção das que são fixas,
devem manter afastamento mínimo de dois metros. Os feirantes também
devem evitar contato direto com os clientes, os quais devem obedecer, em
fila, distância mínima de 1,5 metro entre eles.
Já a partir da segunda-feira (6), o comércio local, incluindo lojas de
roupas, calçados e eletrodomésticos, vai ser retomado gradativamente,
seguindo horários específicos de atendimento e medidas de prevenção ao
coronavírus.
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