O farmacêutico que liberou a hidroxicloroquina para o médico contaminado
com Covid-19, morto em Ilhéus, foi demitido do Hospital do Cacau. A
informação foi dada pelo secretário de Saúde do Estado, Fábio
Vilas-Boas, durante uma entrevista ao jornalista Victor Pinto, do BNews,
nesta quarta-feira (22). Gilmar Calazans, 55 anos, teria tido um mal
súbito após usar a combinação de hidroxicloroquina e azitromicina, que
pode causar arritmia. O uso também contraria a determinação da
Secretaria de Saúde (Sesab), que permite somente a administração em
âmbito hospitalar e mediante receita do médico que acompanha o paciente.
O médico, que era hipertenso e diabético, fazia o tratamento domiciliar
desde o fim da semana passada. Segundo Fábio Vilas-Boas, o farmacêutico
foi demitido por contrariar a regra de prescrição do medicamento fora
do “uso ambulatorial”. Ele confirmou que o médico responsável por
receitar a hidroxicloroquina em nome de Gilmar, foi advertido, e será
aberta uma sindicância para avaliar a sua conduta. “Abriremos uma
sindicância e mandamos advertir o médico que fez a receita para ele em
papel timbrado oficial do Hospital do Cacau e mandamos demitir o
farmacêutico que dispensou a medicação. Ele cometeu infração, a
cloroquina só é para ser usada em âmbito ambulatorial, dentro do
protocolo do estado […] cometeu infração e foi demitido”, assegurou.
Fábio Vilas-Boas reiterou que a Sesab não recomenda a hidroxiclorquina
para o tratamento de pacientes com a Covid-19, somente autoriza e
disponibiliza a droga para os médicos que optem por receitá-la aos
pacientes. “Nós não mandamos, não orientamos, não dizemos quem deve usar
hidroxicloroquina. Nós permitimos e cedemos a medicação para qualquer
médico, que no seu uso clínico, possa utilizar, dentro do que a gente
acha razoável. Se o paciente vier a usar, que o faça dentro do ambiente
hospitalar”, reforça.
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