segunda-feira, 20 de abril de 2020

Cientista relata sobrecarga em pesquisas contra coronavírus: ‘Nunca trabalhei tanto’


Pesquisadores brasileiros se afastam da família para se dedicar a estudos

Redação
BAHIA.BA
Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi
Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi

o peso do trabalho exaustivo se une à sensação de estar onde sempre quis, enquanto cientista, ao se debruçar sobre os estudos em busca de soluções contra o novo coronavírus, que já matou milhares de pessoas no Brasil. É a história de Lucio Freitas-Júnior, pesquisador no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o cientista relatou o tempo distante dos familiares e as longas horas de trabalho. “Nunca trabalhei tanto, mas também nunca tive tanta satisfação”. À reportagem, contou que teve acesso ao novo vírus no dia 27 de março, quando as folgas se tornaram algo raro.
O pesquisador lidera uma equipe que testa pelo menos 4.000 compostos por semana. A ideia é verificar o potencial de atuar contra o novo vírus em células de macaco. “Testamos de tudo, sem preconceito nenhum. Temos de ter a humildade para dizer que a gente não sabe nada sobre esse vírus anda. Tem que ter cabeça aberta”, disse à Folha.
Assim como Júnior, a médica infectologista Nancy Junqueira Bellei, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) está envolvido. “No mundo todo, há uma corrida para pesquisar os mais diversos aspectos dessa infecção, desde a pesquisa básica sobre o vírus até as drogas que podem combatê-lo. É tanto artigo que falta fôlego”, comenta, ao considerar que os cientistas devem “fazer tudo com seriedade para não jogar dinheiro fora”.

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