sábado, 1 de fevereiro de 2020

Sou de direita e de esquerda, simultaneamente, mas às vezes prefiro ser de centro


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Charge do Iotti (Zero Hora)
Francisco Bendl
Inexplicável e injustificável a generalização contra quem se apresenta de esquerda. É um erro crasso porque a conclusão é até mesmo inconsequente e irreal. Ser de esquerda ou de direita não é uma condição ou escolha política, porém uma circunstância conforme o governo do momento.
Quando Sarney foi presidente, pender para a esquerda era até mesmo obrigação do povo; o mesmo ocorreu quando Collor assumiu o Planalto;
e colocar-se contra Lula podia não significar ser pertencente à extrema-direita, mas apenas não aceitar um governo corrupto, ladrão, traidor, nocivo e nefasto ao povo e país.
“SOY CONTRA” – Portanto, mediante o conceito errado que se faz da esquerda, ela se enquadraria naquele célebre ditado popular de origem mexicana e advindo dos anarquistas: “Se hay gobierno soy contra. Se no hay, también soy”!
Curiosamente, os ensandecidos contra a esquerda esquecem que até mesmo no comunismo houve dissidentes de esquerda, que
abrangia várias correntes políticas marxistas que fizeram oposição de esquerda às posições defendidas pelo Bolchevismo.
Certamente quem é contra a ditadura de Castro pode ser denominado como de direita, no entanto há também uma espécie de esquerda contra a ditadura tão longeva, por não concordar com o regime totalitário.
DEFINIÇÕES – Há um consenso geral de que a esquerda incluiria progressistas, ambientalistas, social-democratas, libertários socialistas, secularistas, comunistas e anarquistas, enquanto a direita incluiria neoliberais, conservadores, reacionários, capitalistas, banqueiros, neoconservadores, conservadores, monarquistas, autoritaristas… Mas há progressistas, democratas e ambientalistas de direita, porque a recíproca é verdadeira.
O fato concreto é que a menor desigualdade social e a educação na Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia ressurgem como diferenciais indiscutíveis, mostrando que a social-democracia supera largamente os demais meios políticos econômicos e sociais, sendo no momento o regime melhor praticado e exercido no mundo para o povo e país.
Considerando que a Escandinávia apresenta os melhores IDHs do mundo, e o regime político é a social-democracia, logo, de esquerda, discutir sobre este aspecto seria risível, pois comparando com países nitidamente de direita, os nórdicos levam vantagens indiscutíveis.
DEFEITOS HUMANOS – A questão se resume apenas e tão somente sobre o ser humano. Sua ânsia de poder, de riqueza, de comandar, assim como sua vaidade e egoísmo, deturpam quaisquer movimentos sociais, políticos, econômicos e religiosos, significando que as críticas contra a variedade de ideologias existentes é inócua, inútil, haja vista que residem no homem os defeitos apontados na esquerda e direita, centro, extrema-direita e extrema-esquerda.
Certamente não haverá comentaristas e articulistas deste blog que não concordarão comigo sobre a existência de pessoas admiráveis tanto de um lado quando do outro, confirmando o que eu disse anteriormente.
O homem é o culpado pelas nossas diferenças, injustiças, descalabros e desmandos, independentemente das tendências políticas citadas e que seguem sendo alvos de debates desnecessários e desconexos da realidade, além do desconhecimento histórico a respeito do conceito sobre esquerda e direita.
SOU AMBIVALENTE – Finalizo, afirmando que sou de esquerda e de direita, simultaneamente, às vezes até de centro. Quem não entender, sugiro que estude a respeito.
Quanto ao filme “Vertigem da Democracia”, candidato ao Oscar, trata-se daquela esquerda que não constrói, que não colabora para o desenvolvimento do país e do povo, pois a ideologia supera o cidadão e o Estado, cuja política e economia aplicadas servem somente à causa, ao movimento, ao enaltecimento de uma esquerda apenas e tão-somente assim denominada, porém sem qualquer essência, objetivo e intenção para a melhoria do Brasil e de sua população.
Eu diria que o documentário se trata de uma obra de ficção ou comédia sem graça.

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