quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Senador Álvaro Dias defende a formação de quarta via política, descolada do Centrão


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Existe vida inteligente fora dos extremos, argumenta Alvaro Dias
Rodolfo Costa e Ingrid Soares
Correio Braziliense

Existe vida inteligente fora da extrema esquerda, da extrema direita e do estamento partidário capitaneado pelos principais partidos de centro, como DEM, PSDB, PSD, MDB e PP. É o que sustenta o senador Álvaro Dias (Podemos-PR), líder do partido na Casa. Ele acredita que, com uma comunicação competente, é possível conduzir uma candidatura fora do establishment político “mostrando a realidade dos fatos”.
Ele vê o PT como o menor dos desafios. “Não há que se fazer muito esforço para se falar de uma organização criminosa que assaltou o poder no país. Os escândalos de corrupção se sucederam e impactaram fortemente na sociedade”, dispara. Quanto ao presidente Jair Bolsonaro, ele destaca o que classifica como incoerências. “Especialmente o descumprimento dos compromissos no que diz respeito ao combate à corrupção”, sustenta.
NO SUPREMO – O partido Podemos, criado pelo senador, já ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF), em até 30 dias, com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a lei anticrime sancionada por Bolsonaro na última semana. A ideia é barrar a criação do chamado juiz de garantias, inovação prevendo que um magistrado deverá conduzir a investigação criminal, decidindo sobre a decretação de prisão, busca e quebra de sigilos. Esse juiz de garantias também cuidará do recebimento da denúncia do Ministério Público. Já a instrução do processo e a sentença ficarão a cargo de um outro juiz.
“As incoerências estão ficando visíveis e isso certamente terá consequências. O que pode dar vida e sobrevivência ao presidente é uma recuperação da economia, mas isso é improvável. Até que ponto nós teremos uma recuperação da economia capaz de influenciar o pensamento da nação?”, questiona.
Para Dias, o partido também tem a capacidade de se distinguir das demais legendas de centro. “Se não conseguirmos descolar desse estamento partidário denominado de Centrão, nós teremos fracassado em relação ao objetivo inicial”, decreta. “O objetivo que nos trouxe à cena política é exatamente ser uma alternativa diferente, capaz de fazer a leitura correta das prioridades da população e transformá-las em bandeiras e causas que haveremos de defender.”
PRÉ-CANDIDATURAS – O deputado José Nelto (Podemos-GO), líder do partido na Câmara, minimiza eventuais pré-candidaturas do apresentador Luciano Huck e do governador de São Paulo, João Doria. “Não têm identidade. E o (Wilson) Witzel (governador do Rio de Janeiro) também não”, sustenta. Para ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também não apresenta perfil para liderar o centro. “Ele tem posição, é respeitado, seria um grande primeiro-ministro, mas não tem o voto popular”, analisa.
Para o deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE), líder da legenda na Casa, centro e esquerda não conseguiram apresentar propostas. “Os partidos precisam dialogar e construir agenda. O PT está com uma agenda velha e repetitiva. Os demais partidos ainda não conseguiram encontrar um caminho, mas precisam tomar cuidado para não criarem um ambiente de campanha permanente”, adverte.

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