O mais provável, pelo retrospecto, é que não se feche universidade nenhuma, ou algo muito parecido. J. R. Guzzo, via portal Metrópoles:
Nada é esquecido mais depressa nesse mundo do que a palavra de um
ministro de Estado brasileiro. É o resultado inevitável da repetição
sistemática de um mesmo fato, algo que nos procedimentos científicos se
transforma em verdade material: os ministros falam, falam, falam e não
acontece nada, ou quase nada, de tudo o que prometem, ou anunciam, ou
dizem que querem fazer.
A conclusão lógica disso aí deveria ser bem tranquila: não se
preocupe com a discurseira de ministro, sobretudo de ministro bravo –
desses que falam grosso e proclamam que vão tomar medidas radicais para
“resolver” isso ou aquilo, doa a quem doer, etc. e tal. Não se preocupe,
porque em geral não acontece nada.
A bola da vez parece ser o ministro da Educação,
possivelmente o homem público mais odiado hoje pela “classe
intelectual” brasileira, e mais todos os que vivem de um jeito ou de
outro na sua órbita. De toda a sua prosa, o que mais escandaliza esse
bioma são suas repetidas tiradas sobre a necessidade de cortar os
bilhões de reais em dinheiro do Erário que este país de analfabetos
torra com a sua universidade pública, a chamada “educação superior”.
Bobagem. Quem dera, para o bem da imensa maioria dos brasileiros, que
pagam por tudo isso e não recebem absolutamente nada de volta, que o
ministro conseguisse cumprir suas “ameaças” e fizesse mesmo o que diz.
Mas a experiência não nos permite essa esperança. O mais provável, pelo
retrospecto, é que não se feche universidade nenhuma, ou algo muito
parecido.
Será que o ministro da Educação, desta vez, conseguirá quebrar a escrita? Só vai dar para saber depois dos fatos.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário