quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

PF conclui que mensagens atribuídas a Santos Cruz, ofendendo Bolsonaro, eram falsas


General comenta que a falsificação foi  um “banditismo”
Fausto Macedo
Luiz Vassallo
Estadão
A Polícia Federal concluiu que são falsas as mensagens de WhatsApp que levaram à demissão do general Santos Cruz da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro. As mensagens mostravam um diálogo crítico aos filhos de Bolsonaro e a um ‘Fábio’.
À época, o general chegou a afirmar que as mensagens eram falsas e que teriam ocorrido em um horário em que ele estava em voo, e não poderia, portanto, usar o aplicativo WhatsApp. As falsas mensagens eram atribuídas a Santos Cruz e um interlocutor desconhecido, que diz: “Ele é covarde, terceiriza ataque. Idiota”. Ao militar, era atribuída a mensagem: “Sim, é um imbecil, não fala na cara”.

ATAQUES – Alvo de ataques do escritor Olavo de Carvalho e do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), Santos Cruz foi primeiro ministro militar a cair, em junho de 2019. No mês anterior à queda, olavistas passaram a se movimentar para derrubar o chefe da Secretaria de Governo.
A partir daí, as redes sociais bolsonaristas postaram a hashtag #ForaSantosCruz, que virou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Olavo de Carvalho chegou a escrever: “Controlar a internet, Santos Cruz? Controlar a sua boca, seu m…”
“IR ATRÁS” – Após saber do resultado da investigação sobre as mensagens, Santos Cruz afirmou, em entrevista à GaúchaZH: “Agora é ir atrás de quem fez isso aí”.
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ENTREVISTA DE SANTOS CRUZ À GAUCHAZH:

O senhor soube que a PF concluiu que as mensagens atribuídas ao senhor, ofendendo o presidente, são falsas?
Ouvi falar, me ligaram para falar. Ainda não recebi o resultado de forma oficial. Bom isso, né? É o que eu sempre disse.
E agora, o que o senhor espera?
Agora é ir atrás de quem fez isso daí, né…Procurar, dentro da lei, identificar esses criminosos. Cabe à PF identificar a autoria e eu verei depois o que vou fazer.
O senhor se sente injustiçado com a demissão do cargo de ministro?
Olha, aconteceram duas coisas distintas. Uma delas é a demissão. Qualquer um pode ser demitido, por questão filosófica, política. É normal que o presidente demita por essas razões. O que aconteceu no caso das mensagens forjadas é banditismo, é um crime. E tem de ser investigado até o fim.

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