O engomadinho advogado de Lula deveria seguir o exemplo do genro de João Havelange, crava Augusto Nunes:
O casamento com a filha de João Havelange, que reinou por algumas
décadas na Confederação Brasileira de Futebol e na Fifa, pavimentou o
desvio percorrido por Ricardo Teixeira para sair do anonimato rumo à
doce vida de supercartola. Graças ao sogro, chegou à sala do trono no
prédio da CBF — e sobraçando os segredos dos cofres saqueados
regularmente pelo chefão da vez e seus comparsas. Como retribuir tamanha
graça alcançada? Usando a certidão de nascimento da filha, decidiu o
genro.
Com a criatividade dos vigaristas, Teixeira revogou o tradição e a
menina foi batizada de Joana Havelange. O homenageado se derreteu de
emoção. Pai de uma única filha, o sogro não precisaria torcer pela vinda
de um menino para eternizar o sobrenome. Joana, que também seria filha
única, trataria de preservá-lo quando se tornasse mãe. Até que Teixeira
rompesse o casamento, João Havelange vivia repetindo aos amigos que via
no genro um filho exemplar.
Cristiano Zanin Martins estaria condenado ao eterno anonimato se não
tivesse casado com a filha do advogado Roberto Teixeira, que virou um
dos mais queridos amigos de Lula ao ceder-lhe gratuitamente o
apartamento em São Bernardo ocupado anos a fio pela família do futuro
presidente. Ali Lula descobriu como mora gente rica. Ali também aprendeu
que é possível ser dono de imóveis sem perder tempo com regularização
de escrituras. Ali acabou por tornar-se parceiro de Roberto Teixeira em
negócios suspeitíssimos.
Como alguns desses negócios aconselharam o sogro a não assumir
ostensivamente a defesa do amigo no esforço para livrá-lo das
descobertas da Lava Jato, o genro virou advogado de Lula. Só por isso
está vivendo seus 10 minutos de fama. Deveria ter abdicado do Zanin
Martins para batizar algum filho apenas com o sobrenome Teixeira. Seria
uma bonita homenagem. E uma forma de compensar o sumiço do Teixeira na
certidão de nascimento de Joana Havelange.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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